Por Pe.
Edilberto Sena*
“O ministro da Justiça (José Eduardo Cardozo) veio falar em diálogo. Vocês (governo federal) são os primeiros a quebrar o protocolo e agir com violência. Queria ver se tivesse sido um índio a ter matado um agente da Polícia Federal... queria ver se ele estaria solto”, declarou Tarabi Kayabi, depois do ministro Cardozo dizer que espera “um diálogo franco e fraterno” com os indígenas e que “tudo está sendo apurado com rigor e imparcialidade”.
O grupo Munduruku esteve conversando no mesmo dia com o Ministro Lobão das Minas e Energia (IUH, 22.02). Na mesa, os projetos das hidrelétricas de São Luiz do Tapajós e de Jatobá, dois dos maiores projetos de geração previstos pelo governo. Eis a afirmação dele: Lobão foi firme. Disse aos índios que o governo não vai abrir mãos das duas usinas e que eles precisam entender isso. Valter Cardeal, diretor da Eletrobrás que também participou da discussão, tentou convencer os índios de que o negócio é viável e de que eles serão devidamente compensados pelos impactos. Os índios deixaram a sala.
1) A Eletrobras e a Eletronorte fazem parte de um grupo de nove empresas que estão realizando em conjunto os estudos ambientais e de viabilidade a fim de estabelecer SE a construção da hidrelétrica São Luiz do Tapajós na região é viável, e se sim, qual seria a melhor forma de construí-la com o menor impacto ambiental. O objetivo deste grupo, denominado Grupo de Estudos Tapajós e composto pelas empresas Camargo Correa, Cemig, Copel, EDF, Endesa Brasil, GDF SUEZ e Neoenergia, além da Eletrobras e da Eletronorte, é de realizar os estudos ambientais e de viabilidade técnica e econômica desta e da usina de Jatobá, também no rio Tapajós. Os estudos ambientais estão sendo realizados conforme a legislação em vigor e fiscalizados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis.
*Membro do Movimento Tapajós Vivo, Santarém, Pará.
Quem fala a
verdade não merece castigo. Quem está falando a verdade, o governo federal e seus comandados, ou os povos do rio
Tapajós? Dizem que contra fatos não vencem argumentos, por mais
retóricos que sejam.
Então eis os fatos:
No dia 15 de fevereiro escrevemos uma
matéria via IHU denunciando as falácias do governo federal: “O governo federal
mente quando diz que vai construir sete usinas no rio Tapajós, sem
prejudicar o ambiente e os povos que aqui habitam. Pagam recursos públicos
para pesquisadores e ONG’s chegarem aos ribeirinhos e ao povo
Munduruku dizendo que as barragens virão de um jeito ou de outro e quem
aceitar e se cadastrar será indenizado de seus prejuízos, porém, quem não
aceitar sairá de mãos vazias, ou morrerá afogado nos lagos a serem
formados”.
Na semana de 18 a 22 deste mesmo mês, um grupo de
líderes Munduruku esteve em Brasília conversando com comandados da Presidente
da República, Edson Lobão, Ministro Dutra e o
Secretário da Presidência, Gilberto Carvalho. O Jornal “O Globo” (22.02)
esteve registrando o tal diálogo e publicou o seguinte:
“Os índios vieram trazer uma lista de
reivindicações à presidência e se recusavam a entrar no Palácio. O Globo
testemunhou o diálogo entre Gilberto Carvalho e um integrante da tribo (o
jornal ainda vê o povo Munduruku como tribo, grifo nosso). O debate
aconteceu na divisa entre a entrada do Planalto e o lado de fora:
“Vocês têm duas opções, disse o Secretário
Carvalho: uma delas é inteligente,
é dizer ok, nós vamos acompanhar, vamos exigir nossos direitos, vamos exigir preservação e benefícios para nós. A outra é dizer não. Isso vai
virar, infelizmente uma coisa muito triste e vai prejudicar muito a todos, ao governo, mas também
a vocês. A hidrelétrica a gente
não faz por porque quer, mas porque o país precisa”...
O líder
Munduruku respondeu: “A natureza também o país precisa”.
Continuou o Secretário: “Eu não quero enganar,
nós vamos fazer tudo dentro da lei, vamos fazer as oitivas e as
audiências...”
O índio finalizou dizendo: “Tem que olhar o nosso
lado... nós viemos na casa de vocês, mas nossa área(lá no Tapajós) é
a nossa vida”.
Com o ministro Cardoso da Justiça os Munduruku
foram cobrar apuração do assassinato pela Polícia Federal de um parente
jovem, em Teles Pires. Eis parte de diálogo:
“O ministro da Justiça (José Eduardo Cardozo) veio falar em diálogo. Vocês (governo federal) são os primeiros a quebrar o protocolo e agir com violência. Queria ver se tivesse sido um índio a ter matado um agente da Polícia Federal... queria ver se ele estaria solto”, declarou Tarabi Kayabi, depois do ministro Cardozo dizer que espera “um diálogo franco e fraterno” com os indígenas e que “tudo está sendo apurado com rigor e imparcialidade”.
O grupo Munduruku esteve conversando no mesmo dia com o Ministro Lobão das Minas e Energia (IUH, 22.02). Na mesa, os projetos das hidrelétricas de São Luiz do Tapajós e de Jatobá, dois dos maiores projetos de geração previstos pelo governo. Eis a afirmação dele: Lobão foi firme. Disse aos índios que o governo não vai abrir mãos das duas usinas e que eles precisam entender isso. Valter Cardeal, diretor da Eletrobrás que também participou da discussão, tentou convencer os índios de que o negócio é viável e de que eles serão devidamente compensados pelos impactos. Os índios deixaram a sala.
Diante de tais testemunhos, como é que o Consórcio
“Grupos de Estudos Tapajós", tem a coragem de desmentir os argumentos
de nosso artigo publicado no IHU? Eis o que diz o tal grupo (IUH, 23.02):
1) A Eletrobras e a Eletronorte fazem parte de um grupo de nove empresas que estão realizando em conjunto os estudos ambientais e de viabilidade a fim de estabelecer SE a construção da hidrelétrica São Luiz do Tapajós na região é viável, e se sim, qual seria a melhor forma de construí-la com o menor impacto ambiental. O objetivo deste grupo, denominado Grupo de Estudos Tapajós e composto pelas empresas Camargo Correa, Cemig, Copel, EDF, Endesa Brasil, GDF SUEZ e Neoenergia, além da Eletrobras e da Eletronorte, é de realizar os estudos ambientais e de viabilidade técnica e econômica desta e da usina de Jatobá, também no rio Tapajós. Os estudos ambientais estão sendo realizados conforme a legislação em vigor e fiscalizados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis.
A ideia é que, caso sejam viáveis, as usinas sejam
construídas dentro do conceito de usina-plataforma, que estabelece a
implantação com menor impacto ambiental e a recomposição total das
áreas que não forem utilizadas pelo empreendimento, bem como a
restrição de formação de comunidades no entorno. Por esse conceito, as usinas ficam
isoladas e atuam como um marco de preservação e conservação da região.
2) A reunião realizada no dia 9 de fevereiro de
2013 em Vila Pimental foi promovida pela Diálogo Tapajós com o objetivo
de apresentar as principais informações sobre os cadastros
socioeconômico e fundiário.
A Diálogo Tapajós não é uma ONG, mas sim uma
empresa contratada pelo Grupo de Estudos Tapajós para tratar da
comunicação com a comunidade da região. O Conselho Comunitário local, composto
por seis lideranças da Vila, e os demais moradores receberam informações
sobre a importância dos cadastros socioeconômico e
fundiário, com início previsto inicialmente para 15 de fevereiro, na Vila Pimental.
3) Não partiu da Diálogo Tapajós nem da Eletrobras a informação de que "quem não fizer seu cadastro não será indenizado" e de que a "barragem sairá de qualquer jeito". Os estudos estão sendo realizados para avaliar se a usina é viável ou não. O Grupo de Estudos Tapajós é o responsável apenas pela realização dos estudos, não pela construção da usina."
Agora temos aqui o relatório presencial de quem esteve na Comunidade Pimental no dia 09 de fevereiro passado na reunião com a empresa Diálogos Tapajós. Eis o resumo do relato de Jesielita Roma do Movimento Tapajós Vivo de Itaituba:
"O objetivo é defender os direitos da comunidade, não é o MAB, não é a Diálogos e nem um movimento e sim, a comunidade por isso que eles estão reunidos para ganhar força e isso só acontece se a comunidade apoiar o conselho.
O apresentador pediu autorização para tirar fotos e filmar os moradores, e a comunidade autorizou.
O Gil, explicou quais as etapas e em que etapa se encontra hoje (2009 a 2010) estudo do EIA, está pela metade, se não tiver nenhum atraso termina em maio de 2013. Explicou até o final do plano. A audiência pública está prevista para acontecer no final de 2013, o RIMA fica pronto em setembro e outubro de 2013 (Talvez quem vem participar do
Uma informação que eles deixaram bem claro, quem paga indenização e a empresa que vai construir a hidroelétrica, não é o governo."
Lamentavelmente elegemos um governo, na ilusão de que seria mais democrático do que o candidato do PSDB. Vemos que não temos mais escolha nas próximas eleições. Se correr o bicho pega, se parar o bicho come, ou melhor, destrói a Amazônia. Então, em vez de parar ou correr, temos que nos juntar aos conscientes Munduruku para enfrentarmos o monstro.
Mas os e as brasileiras que veem as mentiras do governo e seus hipócritas, Lobão, Gilberto Carvalho e Ministro Dutra, e são contrários a eles respeitam os direitos dos povos da Amazônia e do Tapajós em particular, precisam se decidir e se juntar a nós.
3) Não partiu da Diálogo Tapajós nem da Eletrobras a informação de que "quem não fizer seu cadastro não será indenizado" e de que a "barragem sairá de qualquer jeito". Os estudos estão sendo realizados para avaliar se a usina é viável ou não. O Grupo de Estudos Tapajós é o responsável apenas pela realização dos estudos, não pela construção da usina."
Agora temos aqui o relatório presencial de quem esteve na Comunidade Pimental no dia 09 de fevereiro passado na reunião com a empresa Diálogos Tapajós. Eis o resumo do relato de Jesielita Roma do Movimento Tapajós Vivo de Itaituba:
"O objetivo é defender os direitos da comunidade, não é o MAB, não é a Diálogos e nem um movimento e sim, a comunidade por isso que eles estão reunidos para ganhar força e isso só acontece se a comunidade apoiar o conselho.
O apresentador pediu autorização para tirar fotos e filmar os moradores, e a comunidade autorizou.
O Gil, explicou quais as etapas e em que etapa se encontra hoje (2009 a 2010) estudo do EIA, está pela metade, se não tiver nenhum atraso termina em maio de 2013. Explicou até o final do plano. A audiência pública está prevista para acontecer no final de 2013, o RIMA fica pronto em setembro e outubro de 2013 (Talvez quem vem participar do
leilão é um grupo Chinês, o mesmo que vai construir
a ferrovia Mato Grosso-Itaituba, será coincidência?, ou coisa da
minha imaginação?) LI – Licença de Instalação está previsto para 2016.
Depois de muitas conversas o que eles queria era
apresentar a empresa. quem vai entrar na comunidade para fazer os
levantamentos que é o IBOP E CARTA – Cartografia Agrimessura Ltda. (Norte Energia escrito na manga da camisa).
Explicaram que esse cadastro é uma luta dos
movimentos sociais, não é por acaso que esses cadastros estão acontecendo.
Leram o Decreto n° 7.342 de 26 de Outubro de 2010. Portaria
Interministerial n° 840 de Julho de 2012.
No final de tudo, informaram que a data de entrada
do IBOP na comunidade é a partir dia 15 de Fevereiro. O
IBOP vai realizar o Cadastro sócio econômico, não é pros moradores
deixar de da nenhuma informação, RG, CPF, deixar fotografar etc... O
Georeferenciamento quem vai realizar é a CARTA nas pessoas do Jair e do
Neto.
Uma informação que eles deixaram bem claro, quem paga indenização e a empresa que vai construir a hidroelétrica, não é o governo."
Como pode agora o Grupo de Estidos Tapajós, que é
um consórcio composto pelas empresas Camargo Correa, Cemig,
Copel, EDF, Endesa Brasil, GDF SUEZ e Neoenergia, além da Eletrobras
e da Eletronorte, explicitado pela matéria contestatória de nosso
artigo em IHU, querer desmentir os fatos comprovados acima?
Quer iludir a quem?
Aos que não acompanham os acontecimentos do programa criminoso do PAC hidroelétrico na Amazônia?
Aos que não acompanham os acontecimentos do programa criminoso do PAC hidroelétrico na Amazônia?
Lamentavelmente elegemos um governo, na ilusão de que seria mais democrático do que o candidato do PSDB. Vemos que não temos mais escolha nas próximas eleições. Se correr o bicho pega, se parar o bicho come, ou melhor, destrói a Amazônia. Então, em vez de parar ou correr, temos que nos juntar aos conscientes Munduruku para enfrentarmos o monstro.
Mas os e as brasileiras que veem as mentiras do governo e seus hipócritas, Lobão, Gilberto Carvalho e Ministro Dutra, e são contrários a eles respeitam os direitos dos povos da Amazônia e do Tapajós em particular, precisam se decidir e se juntar a nós.
Ficar indiferente é tão criminoso quanto o Grupo de Estudos
Tapajós e os comandados da presidente.