Por Ruy Sposati*
Cerca de 150 indígenas tentaram entrar no Palácio do Planalto, sede do governo federal em Brasília, para entregar uma carta à presidente da República Dilma Rousseff, mas foram impedidos pela polícia. Ao menos 50 homens da polícia legislativa, Polícia Federal e Polícia Militar forçaram o grupo com violência para fora da casa de governo. Os indígenas, que permaneceram por três horas na entrada do Palácio, protestam contra a violação de direitos promovida por grandes empreendimentos hidrelétricos na Amazônia.
Fonte: Cimi
Cerca de 150 indígenas tentaram entrar no Palácio do Planalto, sede do governo federal em Brasília, para entregar uma carta à presidente da República Dilma Rousseff, mas foram impedidos pela polícia. Ao menos 50 homens da polícia legislativa, Polícia Federal e Polícia Militar forçaram o grupo com violência para fora da casa de governo. Os indígenas, que permaneceram por três horas na entrada do Palácio, protestam contra a violação de direitos promovida por grandes empreendimentos hidrelétricos na Amazônia.
Indígenas
Munduruku, Xipaya, Arara e Kayapó que ocuparam por 17 dias o principal canteiro
de obras de Belo Monte chegaram à Brasília na última terça-feira, quando se
reuniram com diversos representantes do governo federal. “Nós ficamos muito
insatisfeitos. Não gostamos nada”, afirma o guerreiro Adalto Munduruku,
referindo-se à afirmação do ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência
da República, Gilberto Carvalho, de que serão construídas todas as
hidrelétricas planejadas pelo governo nas terras indígenas dos rios Teles
Pires, Tapajós e Xingu.
“Nós
queremos agora saber se o governo vai garantir ou não o nosso poder de veto na
consulta. Isso é o que importa pra gente”, garante o indígena. O grupo demanda
a paralisação das obras das barragens de Belo Monte e Teles Pires e a suspensão
dos estudos das hidrelétricas do Complexo Hidrelétrico do Tapajós, até que, em
todos os casos, seja realizada consulta prévia com direito a veto. O governo se
recusou a recebê-los. O representante da Secretaria Geral, Tiago Garcia, estava
no local, mas também não dialogou com os indígenas.
Ainda
pela manhã, o grupo se encontrou com um grupo de 50 indígenas Terena, também
com agenda em Brasília com o ministro Gilberto Carvalho na tarde desta quinta.
À tarde, os indígenas protocolaram a carta recusada pelo Planalto no gabinete
da presidência do Senado e da Câmara, reafirmando a posição contrário dos
indígenas à construção de hidrelétricas nos três rios.
Demarcação
Indígenas
Xipaya que participam dos protestos em Brasília protocolaram hoje na Fundação
Nacional do Índio (Funai) um documento denunciando o “esquecimento” da Terra
Indígena Xipaya do Jericoá no escopo das condicionantes da Usina Hidrelétrica
Belo Monte. Eles cobram do orgão indigenista a criação de um grupo de trabalho
que realize o trabalho de demarcação da área, localizada na Volta Grande do
Xingu, principal trecho do rio afetado pela barragem.
Fonte: Cimi