"Eu não tenho problema algum com os
vietnamitas... Eles nunca me chamaram de crioulo."
Clássica
frase Muhammad
Ali, recusando a servir o Exército do EUA em
guerra contra o Vietnã. Pela recusa e por críticas à guerra, Ali perdeu o
título mundial de boxe que havia ganho em 1964 e foi afastado do esporte por
três anos em 1967. Foi condenado ainda a prisão, sendo depois indultado pela
suprema corte americana.
Campeão
ainda em 1974 e 1978, é considerado o maior pugilista da história.
"Depois de um combate
de 32 anos contra a doença de Parkison, Muhammad Ali morreu, aos 74 anos de
idade", anunciou o porta-voz da família, Bob Gunnell, nesta sexta,
03 de junho.
Nascido
Cassius Marcellus Clay em Louisville (Kentucky) em 17 de Janeiro de 1942, o
pugilista cujas mãos - e cuja boca - eram incrivelmente rápidas começou a
praticar a modalidade depois de ter sido aconselhado a aprender boxe por um
policial a quem se queixou quando alguém lhe roubou a bicicleta. Tinha apenas 12
anos, queria aprender a lutar e não perdeu tempo - aos 18 anos já era campeão
olímpico em Roma e com 22 tornou-se campeão mundial, derrotando Sonny Liston,
num combate extraordinário.
Foi
nessa altura que rejeitou a herança escravagista do seu apelido e decidiu mudar
de nome. Teria jogado a medalha olímpica num rio depois de não ter sido atendido numa lanchonete por ser negro. Passou a chamar-se Cassius X, em homenagem ao ativista pelos direitos da população negra, Malcolm X. Pouco tempo depois, converteu-se ao islaminsmo, adotou o
nome de Muhammad Ali.
Em
1996 foi escolhido para acender a tocha olímpica em Atlanta. Durante a olimpíada, recebeu pedido de
desculpas pelas perseguições sofridas. Recebeu a mais alta distinção atribuída
a um civil nos Estados Unidos, a Medalha da Liberdade, em 2005 e o prêmio
Esportista do Século XX, eleito pela revista
Sports Illustrated, em 2006.