quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Linhão do PAC provoca novos conflitos na Amazônia


Reportagem do jornal Folha de São Paulo (30.12.2012) mostra como a construção das linhas de transmissão de energia da hidrelétrica de Tucuruí para Macapá (AP) e Manaus (AM) vem trazendo uma série de conflitos em várias partes da Amazônia.

Com uma extensão de mais de 1.800Km, o chamado linhão é uma obra do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal e passa por inúmeras unidades de conservação, projetos de assentamentos, propriedades e terras públicas federais e estaduais.  A execução é feita por duas empresas espanholas, a Isolux Corsán e a Abengo, teve início em dezembro de 2010, após licenças concedidas pelo Ibama que previram pequenas alterações no trajeto original. A linha de transmissão passa também por Altamira, no Pará, e deverá se usada para distribuir parte da energia da hidrelétrica de Belo Monte. 

Em Porto de Moz, moradores da Resex Verde Para Sempre veem fechado estradas e impedindo a estrada de máquinas e equipamentos de construção desde o início de dezembro para impedir os trabalhos da Isolux e em protesto contra o desmatamento no interior da unidade de conservação e para denunciar o descarte de restos de material na mata e em rios.

Em Tucuruí (PA), moradores da zona rural afetados pelo linhão protestaram há três meses contra a Isolux. O protesto teve como alvo os valores de indenização pagos pela passagem do linhão por seus terrenos.

Para tentar aumentar o valor das indenizações, a Apovo (Associação das Populações Vítimas das Obras do rio Tocantins e Adjacências) ingressou na Justiça. Conseguiu fechar acordo para o pagamento, pela Isolux, de R$ 10 mil aos agricultores, referentes aos impactos do linhão nas plantações, afirma Folha. 
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