Reportagem do jornal Folha de São
Paulo (30.12.2012) mostra como a construção das linhas de transmissão de energia da
hidrelétrica de Tucuruí para Macapá (AP) e Manaus (AM) vem trazendo uma série
de conflitos em várias partes da Amazônia.
Com uma extensão de mais de 1.800Km, o
chamado linhão é uma obra do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) do
governo federal e passa por inúmeras unidades de conservação, projetos de
assentamentos, propriedades e terras públicas federais e estaduais. A execução é feita por duas empresas
espanholas, a Isolux Corsán e a Abengo, teve início em dezembro de 2010, após
licenças concedidas pelo Ibama que previram pequenas alterações no trajeto original. A linha de transmissão passa também por Altamira, no Pará, e deverá se usada para distribuir parte da energia da hidrelétrica de Belo Monte.
Em Porto de Moz, moradores da Resex
Verde Para Sempre veem fechado estradas e impedindo a estrada de máquinas e
equipamentos de construção desde o início de dezembro para impedir os trabalhos
da Isolux e em protesto contra o desmatamento no interior da unidade de
conservação e para denunciar o descarte de restos de material na mata e em
rios.
Em Tucuruí (PA), moradores da zona rural afetados
pelo linhão protestaram há três meses contra a Isolux. O
protesto teve como alvo os valores de indenização pagos pela passagem do linhão
por seus terrenos.
Para tentar aumentar o valor das indenizações, a Apovo (Associação das Populações Vítimas das Obras do rio Tocantins e Adjacências) ingressou na Justiça. Conseguiu fechar acordo para o pagamento, pela Isolux, de R$ 10 mil aos agricultores, referentes aos impactos do linhão nas plantações, afirma Folha.