O
fotógrafo João Zinclar – comunicador social, militante sindical e pela reforma
agrária - faleceu na madrugada deste sábado (19/01) em um acidente rodoviário,
aos 56 anos. O velório foi realizado no domingo (20/01), em Campinas, cidade em
que ele morava, e o enterro ocorreu às 9h desta segunda-feira. O acidente
aconteceu na altura do município Campos de Goytacazes, norte do Rio de Janeiro,
quando o ônibus em que o fotógrafo estava foi atingido por um caminhão.
João Zinclar nasceu em Rio Grande
(RS). Fotografava para movimentos sociais, como o Movimento dos Trabalhadores
Rurais Sem Terra (MST) e o jornal Brasil de Fato. Realizava o registro de
manifestações e lutas populares. Por cinco anos, fotografou os ribeirinhos nas
margens do Rio São Francisco, experiência que culminou na publicação da obra
fotográfica "O Rio São Francisco e as Águas no Sertão", obra que se
tornou um importante documento da campanha contra a transposição do rio.
Aos 30 anos, começou
a trabalhar como encanador mecânico, se filiou ao PCdoB e se tornou dirigente
do Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas. Participou do sindicato e do partido
até 1996, quando se desligou, mas o sentido de coletivo e solidariedade que
aprendeu no sindicato foi algo que levou por toda a sua vida e que sempre
esteve presente nas suas fotos.
“Mudar o mundo é uma tarefa muito maior do que a
fotografia. Mudar o mundo é ter milhões de pessoas na rua contra os opressores,
contra as ditaduras, é isso que muda o mundo. E a fotografia, se ela quiser
cumprir esse papel, tem que andar par e passo com esses movimentos, colocando
realidades objetivas e subjetivas, porque não existe realidade absoluta”, afirmou.
Diversas organizações e entidades
lançaram notas de pesar pela perda de Zinclar. Abaixo, algumas de suas memoráveis
fotografias: