A Comissão de Finanças e Tributação da
Câmara dos Deputados aprovou uma proposta que cria o Programa Nacional de Qualidade
Ambiental, que estabelece regras para a compra de produtos madeireiros pelo
poder público. A ideia é evitar que o governo compre produtos extraídos de
forma ilegal das florestas brasileiras.
De acordo com o projeto aprovado em 21
de dezembro, a administração pública terá de adotar critérios ambientais em
todas as etapas de licitações e compras — em especial, a de madeira e seus
subprodutos, como móveis. Além disso, o texto afirma que os bens vindos de
manejo florestal sustentável terão preferência nas compras e nas licitações.
O governo terá, portanto, de adquirir
apenas madeira com selo do Plano de Manejo Florestal autorizado pelo Ibama
(Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). O
programa exige das empresas que irão participar de licitações públicas
apresentem provas da origem e da legalidade da cadeia de produção e do
transporte dos produtos.
Serão aceitas certificações de qualidade
ambiental emitidas por entidades públicas e privadas credenciadas, desde que
sejam respeitadas as normas.
A
proposta proíbe, ainda, a compra de mogno (Swietenia
macrophylla King), espécie ameaçada de extinção, e o uso em obras
públicas de formas, andaimes e quaisquer utensílios descartáveis que foram
feitos de madeira da Amazônia Legal.
O texto aprovado, que ainda será
analisado pelas comissões de Finanças e Tributação e de Constituição e Justiça
e de Cidadania, é um substitutivo do relator, deputado Pauderney Avelino
(DEM-AM), ao projeto do deputado Augusto Carvalho (PPS-DF) – a proposta foi
alterada para incorporar as emendas aprovadas na Comissão de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável.
"A aplicação das medidas
propostas resultará, sem dúvida, em mais um passo na racionalização do uso dos
recursos naturais de nosso país e na conscientização sobre a necessidade de
utilizá-los de modo criterioso, o que deve partir da própria administração
pública", afirmou Avelino à Agência Câmara.