A Funai (Fundação Nacional do Índio) em
Altamira, oeste do Pará, informou nesta segunda-feira (3) que um cacique
continua desaparecido após madeireiros terem atacado índios, fiscais ambientais
e policiais militares no final de semana na Terra Indígena Alto Rio Guamá, em
Nova Esperança do Piriá (264 km de Belém).
Leia ainda: Pará: Madeireiros disparam contra fiscais do Ibama,
indígenas e policias em Paragominas
O conflito aconteceu no sábado (1º) por
volta das 19h, segundo a Funai. No final de semana, o Ministério Público
Federal havia informado que o incidente ocorrera no domingo (2).
O ataque ocorreu no momento em que os
fiscais ambientais do Ibama iniciavam ação para retirar uma carga de madeira
apreendida desde o ano passado e que havia sido extraída ilegalmente da terra
indígena.
Os madeireiros retiveram as armas dos
agentes e dos policiais, que chegaram a ser mantidos reféns por algumas horas.
Desde a manhã de domingo índios tembé
estão em buscas em rios e áreas de floresta pelo cacique Valdeci Tembé, 43, que
desapareceu durante o confronto. Segundo a Funai, não há policiais
desaparecidos, como informou ontem a Procuradoria.
Segundo uma testemunha, que pediu para
não ser identificada, os madeireiros arregimentaram mais de cem pessoas e
iniciaram as ameaças e o ataque a tiros contra a equipe do Ibama, que estava
acompanhada por PMs.
“Quando os madeireiros prenderam os
dois funcionários do Ibama, o cacique Valdeci correu para mata, esperamos que
ele esteja vivo”, disse a testemunha.
A Procuradoria pediu apoio da Polícia
Federal e da Força Nacional de Segurança para a região, mas até a tarde desta
segunda-feira o reforço não havia chegado.
Há dois meses, os índios tembé pediram
providências ao Ibama contra a extração ilegal de madeira na área. Chegaram a
incendiar nove veículos dos madeireiros, entre caminhões, caminhonetes e até
tratores, informou a Funai.