O primeiro dia da ação de desocupação de não índios
da Terra Indígena Marãiwatsédé, no Mato Grosso, foi de enfrentamentos entre
ocupantes e agentes da Polícia Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional.
A decisão da Justiça Federal de retomar das terras tradicionalmente ocupadas foi
tomada após longa omissão de sucessivos governos federais em realizar a desintrusão
e agravada pela ação de políticos mato-grossenses de incentivar a “ocupação” da terra indígena.
O prazo conferido pela Justiça para que os
moradores deixassem a área de forma voluntária encerrou ainda na quinta-feira,
6 de dezembro.
A procuradora da República em Mato Grosso, Márcia
Brandão Zollinger, afirmou nesta segunda-feira (10) que a operação para
retirada das famílias de não índios continuará mesmo diante dos primeiros
registros de. Segundo ela, somente uma nova decisão judicial pode interromper a
desocupação.
O Ministério Público Federal acompanha a operação
de retirada e segundo a procuradora, a ocupação do território ocorreu pela
má-fé. "As pessoas sabiam desde 1995 que a área era de ocupação
xavante", destacou ainda Márcia Brandão.
Pelo plano estabelecido pelos agentes federais,
grandes proprietários serão os primeiros a receber a equipe da desintrusão.
Posteriormente, os menores. "Como há pessoas com perfil de reforma
agrária, o Incra vai trabalhar para assentá-las", afirmou ainda a procuradora
da República.
De acordo com o Instituto Nacional de Reforma e
Colonização Agrária (Incra), uma fazenda em Ribeirão Cascalhiera, a 893 quilômetros de Cuiabá, será utilizada
para receber as famílias com perfil dos programas de assentamento do governo.
Ela tem capacidade para receber 250 famílias. Até o momento, 150 famílias se
cadastraram.
*Com informações do G1. O vídeo é da TV Araguaia,
do Mato Grosso.