Não é só o baixo crescimento
do Produto Interno Bruto que aponta uma desaceleração econômica no país. Um
levantamento feito pela CSP-Conlutas e notícias vinculadas nos grandes meio de
comunicação apontam que embora o final do ano seja um momento de crescimento
nas contratações, há uma verdadeira onda de demissões em grandes grupos
econômicos, especialmente no fabril, onde os trabalhadores em tese são melhores
remunerados.
Indústrias localizadas no
Vale do Paraíba, em São Paulo, ameaçam por na rua milhares de operários. De
acordo com o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo, há uma perda
acumulada de 3.2250 empregos formais entre janeiro e outubro em toda a região.
A fábrica da multinacional
japonesa Panasonic, única fábrica a produzir pilhas alcalinas no Brasil, ameaça
fechar sua planta em São José dos Campos, e demitir 400 trabalhadores, para
reabri-la em Minas Gerais, em busca de “incentivos fiscais”.
Em Taubaté, os cerca de 700
trabalhadores da MP Plastics, que fábrica peças para linhas de montagens
automotivas, estão com os empregos ameaçados, sem os salários de novembro e 13º
e 90% deles estão sob licença coletiva.
Demissões no setor fabril
atingem ainda a metalúrgica Mangels, em São Bernardo do Campo (SP), que
anunciou no último dia 11 o fechamento de sua unidade e a demissão de 380
trabalhadores. A empresa de alumínio Novelis, em Ouro Preto (MG), também
anunciou e efetivou uma série de demissões. Por sua vez, a Vulcabras Azaleia
anunciou que pretende fechar 12 unidades localizadas em municípios baianos,
demitindo milhares.
No setor de serviços, a
Webjet anunciou a demissão de 850 trabalhadores, que posteriormente conseguiram
uma liminar na Justiça do Trabalho do Rio de Janeiro assegurando a manutenção
dos empregos até um julgamento de uma ação movida pelo Mistério Público do
Trabalho contra a Gol (compradora da Webjet). Já o banco espanhol
Santander não divulgou números precisos, mas a imprensa chega a falar em 5 mil
bancários demitidos até o final do ano, apesar de um lucro de 5,7 bilhões de
reais no Brasil, de janeiro a setembro (25% do lucro mundial do banco).