quinta-feira, 18 de julho de 2013

Desmatamento dispara na Amazônia, aponta Imazon

O Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia) divulgou nessa quarta-feira (17 de julho) o Boletim do Desmatamento referente ao mês de junho em toda a Amazônia Legal. A Ong acompanha a partir de imagens de satélite o avanço do desmatamento na região e produz mensalmente relatórios detalhados sobre o assunto. É considerando desmatamento a supressão total de vegetação em áreas contínuas capazes de serem detectadas por satélite. A supressão seletiva de vegetação, ocasionada principalmente por extração de madeira, é classificada pela Ong como degradação florestal. 

Foram registrados 184 quilômetros quadrados de desmatamento. Isso representou um aumento de 437% em relação a junho de 2012 quando o desmatamento somou 34 quilômetros quadrados. Devido a baixa cobertura de nuvens foi possível monitorar 88% da região.


O desmatamento acumulado no período de agosto de 2012 a junho de 2013 totalizou 1.838 quilômetros quadrados. Houve aumento de 103% em relação ao período anterior (agosto de 2011 a junho de 2012) quando o desmatamento somou 907 quilômetros quadrados.

As florestas degradadas na Amazônia Legal somaram 169 quilômetros quadrados em junho de 2013. Em relação a junho de 2012, quando a degradação florestal somou 15 quilômetros quadrados, houve um aumento de 1078%.

A degradação florestal acumulada no período (agosto 2012 a junho 2013) atingiu 1.462 quilômetros quadrados. Em relação ao período anterior (agosto de 2011 a junho de 2012), quando a degradação somou 1.974 quilômetros quadrados, houve redução de 26%.

Geografia do desmatamento
Em junho de 2013, o desmatamento ocorreu principalmente no Pará (42%), Amazonas (32%), Mato Grosso (18%) e Rondônia (5%).

Dos 184Km² de área desmatada, a grande maioria (63%) foram em terras privadas, devolutas e posses, áreas de maior atuação da grilagem na Amazônia. 

23% (43Km²) do desmatamento foram em assentamentos de reforma agrária, com destaque para dois projetos no sul do Amazonas, nova frente de expansão da grilagem de terras, especulação imobiliária e desmatamento. No Projeto de Assentamento Rio Juma, em Apuí, foram desmatados 18,5Km² de florestas, enquanto no PA Monte, em Lábrea, foram suprimidos 16,2Km² de florestas. Os dois projetos juntos responderam por 80,6% do desmatamento em áreas de assentamentos na Amazônia Legal.

Em unidades de conservação, os maiores desmatamentos foram na Área de Proteção Ambiental (APA) do Tapajós (11,1Km²) e na Floresta Nacional do Jamanxim (7,4%), ambas são unidades de conservação ambiental federais na região da BR-163, no Pará. Nas últimas semanas, essa rodovia foi interditada várias vezes em protesto contra ações do Ibama que realiza ações de combate ao desmatamento ilegal nessa região.

Destaca-se ainda que apesar de toda a pressão de setores econômicos contra as terras indígenas, não foram detectados no mês de junho desmatamentos nessas áreas.
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