segunda-feira, 1 de julho de 2013

#protestobr - 1° de julho

Greves nos transportes em Recife e Manaus

Funcionários da empresa de ônibus, Global Transporte, paralisaram os trabalhos na manhã desta segunda-feira (1°) em Manaus. 300 veículos estão na garagem da companhia. Segundo a imprensa local, um ônibus da empresa foi incendiado e vários outros depredados. De acordo com o gerente da empresa, Rosano Conte, mais de 300 mil usuários estão sendo afetados pelo protesto. Os trabalhadores exigem o pagamento de direitos trabalhistas que se encontram em atraso.

Em Recife, os rodoviários estão em greve desde a madrugada desta segunda, após falta de acordo nas negociações com o sindicato dos patrões. Os rodoviários querem um reajuste de 33,33%, enquanto o Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Pernambuco oferece 3%. A greve tem forte adesão, mas a justiça determinou que pelo menos 80% da frota de cerca de 3.000 ônibus circule nos horários de pico.


Caminhoneiros fecham estradas pelo país

Em ao menos 7 estados, caminhoneiros pararam rodovias federais e estaduais do país nesta segunda-feira (1) reclamando das restrições de circulação nas cidades, do valor do pedágio, defendendo a redução do preço dos combustíveis, maior fiscalização de transportadoras ilegais e da falta de segurança nas rodovias. 

As manifestações foram registradas em Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo, Mato Grosso, Paraná e Bahia.

Veja no G1
Leia também: Entidade diz que paralisação de caminhoneiros é comandada por empresários

Violência policial e vandalismo como uma questão de classe

No momento em que o próprio batalhão de choque já se preparava para reprimir a manifestação, por volta das 13h, populares das comunidades da Serrinha se incorporaram à multidão em frente à barreira policial. Eram na sua maioria jovens pobres, negros ou pardos, muitos apenas de chinelas, de bermuda e sem camisa.

Esses jovens quando se entreolharam, se reconheceram e perceberam que representavam um contingente de cerca de cem pessoas, alguns deles seguramente com passagem pela polícia, se juntaram aos gritos: “uh, uh, é o bonde da Serrinha”. Enganam-se os bem intencionados membros do Ministério Público ao ventilarem que isto pode ter sido uma ação orquestrada pelos chefes do tráfico da região, quando estes necessitam de um ambiente de paz com a polícia para a tranquilidade de seus negócios. Tratou-se de uma ação espontânea, quase instintiva, surgida no calor dos acontecimentos.

Ao contrário do que pensaram inclusive alguns manifestantes que vaiaram sua “palavra de ordem”, “o bonde da Serrinha” não partiu para cima dos manifestantes para lhes agredir ou roubar, mas dirigiu-se para frente do bloqueio e começou a jogar paus e pedras na polícia. Era o pretexto que o batalhão de choque e a Força Nacional de Segurança esperavam para dar início à repressão. 


Leia o artigo de Euclides Agrela no Blog Convergência



Também somos o chumbo das balas
Os brasileiros foram às ruas, algo de profundo mudou nas últimas semanas, tão profundo que levaremos muito tempo para compreender. Mas algo de ainda mais profundo não mudou. E, se esse algo ainda mais profundo não mudar, nenhuma outra mudança terá o peso de uma transformação, porque nenhuma terá sido capaz de superar o fosso de uma sociedade desigual. A desigualdade que se perpetua no concreto da vida cotidiana começa e persiste na cabeça de cada um.

Quando a polícia paulista reprimiu com violência os manifestantes de 13 de junho, provocando uma ampliação dos movimentos de protesto não só em São Paulo, mas em todo o Brasil, houve um choque da classe média porque, dessa vez, muitos daqueles que foram atingidos por balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo eram seus filhos, irmãos e amigos. Como era possível que isso acontecesse?

Era possível porque a polícia militar – e não só a de São Paulo, como se sabe e tem se provado a cada manifestação, nas diversas cidades – agiu no centro com quase a mesma truculência com que cotidianamente age nas favelas e nas periferias. Quase com a mesma truculência, porque algumas vozes se levantaram para lembrar que nas margens as balas são de chumbo. Balas de borracha, como foi dito em tom irônico, seria um “upgrade”. A polícia fez, portanto, o que está acostumada a fazer no dia a dia das periferias e favelas, o que é ensinada e autorizada a fazer. E muitos policiais devem ter se surpreendido com a reação da opinião pública, já que agem dessa maneira há tanto tempo e as reclamações em geral ficavam, até então, limitadas às mesmas organizações de direitos humanos de sempre.

Leia na coluna de Eliane Brum no sítio da Revista Época



Manifestações e a torre de marfim

Instalado na torre de marfim, o governo se surpreende a cada nova manifestação: de sem terra, de indígenas, de usuários de transporte coletivo, de descontentes com a inflação, e até com as vaias à presidente Dilma na abertura da Copa das Confederações.

Quem não dialoga acaba se isolando e apela à repressão como todo aquele que se sente acuado.

É hora de nossas autoridades deixarem a torre de marfim, largarem os binóculos centrados nas eleições de 2014 e pisarem na realidade. A cabeça pensa onde os pés pisam. E a realidade é a estabilidade econômica ameaçada; a reforma agrária travada; as terras indígenas invadidas (pelo agronegócio e por obras suntuosas do governo); a desoneração da indústria automobilística predominando sobre o investimento público em transporte coletivo; o rabo preso de autoridades com a “caixinha” de empresas privadas etc.


Leia o artigo de Frei Beto no sítio do Brasil de Fato


Hulk revela ter sentido efeito de gás lacrimogêneo no gramado do Maracanã
O atacante Hulk admitiu que alguns jogadores da seleção brasileira sentiram o efeito de gás lacrimogêneo dentro do Maracanã durante a final da Copa das Confederações.

"Eu senti no primeiro gol, na hora de comemorar, e até falei com o doutor (José Luiz Runco, médico da seleção), porque eu e outros jogadores estávamos com os olhos queimando. Perguntei se tinham espirrado algum spray de pimenta por ali", declarou o jogador do Zenit.

Leia no sítio da ESPN-Brasil
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