sábado, 20 de julho de 2013

Deputado relator do PLP227 afirma que críticas ao projeto são “abobrinhas”


O deputado federal Moreira Mendes (PSD-RO), relator do Projeto de Lei Complementar 227/2012 na Comissão de Agricultura da Câmara, subiu à tribuna no último dia 17 de julho para criticar aqueles a quem denominou de “agourentos de plantão”. Mendes afirmou que recebera críticas por meio de redes sociais contra o projeto.

Na tarde da última terça-feira (16 de julho), um tuitaço com o assunto #GolpePLP227Não chegou ao segundo lugar entre os assuntos mais comentados na rede social em todo o mundo. O deputado, que participa do twitter com o perfil @moreiramendes55, foi extremamente criticado por defender o projeto que ameaça os direitos territoriais dos indígenas. 

Saiba mais sobre o PLP 227/2012 AQUI.

Em seu discurso, Mendes atribuiu à manifestação à pessoas que desconhecem o assunto e a “agourentos de plantão”. “Os comentários feitos nas redes sociais estão completamente desprovidos de conteúdo. Esses ongueiros, essa quadrilha de antropólogos, como já foram denunciados inúmeras vezes por aí, não têm interesse nenhum em regularizar a terra indígena. Querem, na verdade, usar o índio como massa de manobra para os seus interesses escusos”, disse o deputado que afirmou ainda que as críticas não passam de “abobrinhas”.

Além do pronunciamento em plenário, a assessoria de imprensa do deputado produziu uma matéria na página do parlamentar repercutindo o assunto.

“Nós da bancada ruralista defendemos sim as comunidades indígenas. Os conflitos estão sendo gerados por conta dessa irracionalidade de algumas pessoas da Funai, que é permeada por esse ranço ideológico, vencido e ultrapassado que não existe mais”, disse o deputado em fala destacada pela matéria.

Trabalho degradante
Além de repercutir o tuitaço contra o PLP 227, Mendes criticou o artigo do professor Vladimir Safatle, publicado no jornal Folha de São Paulo, edição de 16/07, no qual aponta a revolta de operários da usina hidrelétrica de Jirau ocorrida em 2011 como um ensaio geral para as manifestações de junho que tomaram conta do país. No artigo, o professor da USP aponta as “condições degradantes de trabalho” como causa daquela revolta.


Mas, segundo o parlamentar, trata-se de um exemplo inadequado e inaceitável.

“Quero lembrar que duas das três maiores obras em construção no País estão em Rondônia: hidrelétricas de Santo Antônio e de Jirau. Perdoe-me o Sr. Vladimir, mas o senhor não conhece a realidade. Lá não há e nunca houve nada de trabalho degradante, ao contrário, os trabalhadores dessas duas grandes obras seguramente são os mais bem pagos do setor no País, e os que têm as melhores condições de trabalho, a ponto de terem, todos eles, dormitório até com ar-condicionado”, afirmou o deputado.

Folha corrida
Em 13 de dezembro de 2012, o deputado Moreira Mendes foi condenado por improbidade administrativa por desvio de recursos do Poder Legislativo Estadual.

Para o Tribunal de Justiça de Rondônia, a ausência de observância de procedimentos legais na contratação e as ilegalidades cometidas no fornecimento de passagens aéreas (cancelamento de passagens pagas e reembolso ao titular do bilhete; venda de bilhetes em duplicidade; divergência de valores na emissão do bilhetes e das faturas; cobrança de passagens sem emissão de bilhetes) são atos suficientes para configurarem atos de improbidade na forma prevista na Lei n. 8.429/92.
Comentários
0 Comentários

0 comentários: