Principal aposta do governo para o setor elétrico nos próximos anos, o projeto da hidrelétrica de São Luiz do Tapajós, no Pará, que deverá ir a leilão em 2014, pode ter um aumento de cerca de 15% da capacidade instalada prevista. Segundo o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, o grupo de empresas que faz os estudos ambiental e de viabilidade técnica e econômica do empreendimento, analisa a possibilidade de ampliar, de 6.133 megawatts (MW) para aproximadamente 7 mil MW, a potência instalada da hidrelétrica.
A reportagem é de Rodrigo
Polito e
publicada pelo jornal Valor,
08-07-2013.
Pelas regras do setor,
os responsáveis pelos estudos de um aproveitamento hidrelétrico são obrigados a
enviar à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) três
alternativas de posicionamento do eixo da barragem da usina, com suas
respectivas configurações energéticas e ambientais. O Valor apurou que pelo
menos uma dessas alternativas indica um aumento de capacidade instalada da
hidrelétrica.
Procurado, o Grupo de Estudos do Tapajós informou
que, "no estágio atual dos estudos, é prematuro falar sobre qualquer
alteração de características do empreendimento". De acordo com o
consórcio, formado por nove grandes empresas estatais e privadas, até o momento
os dados oficiais da hidrelétrica são os que estão presentes no inventário
aprovado pela Aneel.
"Os estudos de
viabilidade técnica e econômica buscam a definição da potência instalada ótima
do aproveitamento [melhor custo benefício entre investimento e produção
energética], respeitando as questões socioambientais. Esses estudos estão em
andamento e serão submetidos à Aneel",
explicou o grupo, em nota, acrescentando que as características do
empreendimento, que serão a base para o leilão, serão definidas após a análise
e aprovação dos estudos de viabilidade pela agência.
O último dado oficial do
projeto de São Luiz do Tapajós considera a hidrelétrica com
capacidade instalada de 6.133 MW e energia firme de 3.369 MW médios. De acordo
com o processo de licenciamento ambiental em curso no Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a área do
reservatório da usina será de 722,25 km2, com um volume acumulado de 7.553
hectômetros cúbicos. Um hectômetro cúbico é equivalente a um milhão de metros
cúbicos.
Apesar disso, o governo
federal, no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), traça uma meta de 7.880 MW de capacidade
instalada para a hidrelétrica. Esse total representa um aumento de 28,5% da
potência instalada, em relação à configuração atual do projeto. De acordo com
balanço recente do PAC, o estudo de viabilidade de São Luiz do Tapajós está
previsto para ser entregue à Aneel até novembro. Já o estudo e o respectivo
relatório de impacto ambiental (EIA-Rima) devem ser enviados ao Ibama até
dezembro.
A expectativa do governo é que o empreendimento consuma
investimentos da ordem de R$ 18,1 bilhões. O início de operação da usina está
previsto para dezembro de 2018. O Grupo de Estudos do Tapajós é formado pelas
elétricas Eletrobras, Eletronorte, GDF Suez, Cemig, Copel, Neoenergia, EDF,
Endesa Brasil e a empreiteira Camargo Corrêa.
Fonte: IUH (Mapa não incluído na matéria original)