quinta-feira, 7 de maio de 2015

Monte Alegre, Pará: Liderança do PDS Serra Azul sofre atentado


Nota da Comissão Pastoral da Terra em Santarém-PA

A Comissão Pastoral da Terra, em Santarém, vem por meio desta responsabilizar, por omissão e/ou conivência, as autoridades da região que há muito foram oficializadas pelos frequentes conflitos na área do Projeto de Desenvolvimento Sustentável, PDS Serra Azul, no município de Monte Alegre, PA.

No dia 05 de abril de 2015, Luiz Paulo da Silva, o Paulinho, liderança respeitada deste PDS, foi abordado em uma emboscada por três pistoleiros que atentaram contra sua vida. Reagiu, em legítima defesa, desferindo um tiro contra os pistoleiros, atingindo a um deles.

Em seguida, transtornado, retornou à sua casa, pegou esposa e filhos e saiu do PDS com medo de represálias. Após relatar o fato à Comissão Pastoral da Terra em Santarém e aos Ministérios Público Federal e Estadual, se apresentou à Policia do seu município, para expor os fatos.

Este foi mais um capítulo de uma longa novela que se estende desde a criação do PDS em 2005. Desde então Paulinho uma liderança firme em defesa da regularização do PDS vem denunciando as irregularidades existentes, sobretudo por parte de madeireiros. Apesar das constantes denúncias, praticamente nenhuma providência foi tomada. O que fortaleceu a ação dos criminosos na região.

Ainda em 2005 recebeu as primeiras ameaças contra sua vida. A situação foi se agravando. Em outubro de 2014 acontece o primeiro atentado. Sua casa foi alvo de dezenas de tiros. Na casa estavam sua esposa e seus dois filhos, o menino com um ano de idade e a filha com nove. Paulinho registrou Boletim de Ocorrência sobre o fato, mas pouco foi feito.

Como as irregularidades avançavam, Paulinho insistiu nas denuncias até o ponto em que a Comissão Nacional de Combate à Violência no Campo, realizou uma audiência no dia 17 de março de 2015, em Santarém, onde pautou o conflito do PDS Serra Azul. Nesta audiência foram dadas garantias de que as demandas das lideranças do PDS seriam atendidas. 

Alguns dias depois da audiência Paulinho foi informado por moradores do PDS que pistoleiros tinham retornado e estavam à sua procura. E assim chegamos a emboscada do dia 05 de abril.

Hoje, ameaçado, Paulinho para preservar sua vida e de sua família, é obrigado a viver longe do Assentamento pelo qual tanto lutou.

A CPT que está em Santarém exige das autoridades competentes, garantias para que Paulinho possa retornar com sua família em segurança para o PDS, arduamente conquistado, inclusive o ingresso do mesmo no Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos o mais urgente possível, sob pena de responsabilização. E ainda, que se atendam as reivindicações dos moradores. Assim como, que sejam coibidas as ações de grileiros e madeireiros no PDS durante muito tempo denunciadas.
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