O ex-deputado
federal ruralista pelo PDT do Pará, Giovanni Queiroz, foi indicado pelo governo
Dilma Rousseff para assumir a Secretaria
de Políticas Públicas de Emprego, vinculada ao Ministério do Trabalho e
Emprego. A informação é do blogueiro Jeso Carneiro.
Queiroz
disputou a vaga de deputado federal em 2014, mas não foi eleito, embora tenha
exercido o mandato anteriormente por outras quatro vezes. Curiosamente, na última eleição,
declaradamente não apoiou a reeleição da presidente Dilma (PT), apoiando Aécio Neves (PSDB).
O médico é um dos baluartes da proposta de criação do estado dos Carajás, no sudeste do Pará, região para onde se mudou nos anos setenta, durante as
políticas de incentivo do governo militar para a região, tornando-se um grande
pecuarista e latifundiário. Neste período, era membro da Arena, partido
político de sustentação do governo militar, indicado pelo regime para ser
prefeito de Conceição do Araguaia, entre os anos 1977 e 1982.
A partir
daí passou a ser eleito inicialmente para deputado estadual e em seguida para
deputado federal e a acumular um patrimônio milionário que inclui
mais de 6 mil hectares de terras e cabeças de gado.
Na eleição
de 2006, recebeu doação de uma empresa que figurava na “lista
suja” do Ministério do Trabalho, a Simasa, carvoaria denunciada por trabalho
escravo.
Como deputado federal, foi um dos maiores expoentes
da bancada ruralista, com posições
assumidas contra a reforma agrária, os povos indígenas
e o combate ao trabalho escravo.
Como membro da chamada “Frente Parlamentar da
Agropecuária”, votou favorável ao novo Código Florestal (Le 12.650/2012). É um
dos autores do Projeto de Lei n° 227/2012 que prevê a utilização de terras
indígenas para empreendimentos econômicos de “interesse público” e cria
diversos obstáculos para o reconhecimento de direitos territoriais aos povos
originários. Também é coautor do Projeto de Emenda Constitucional n° 215/2000
que pretende transferir do Executivo para o Congresso Nacional a competência
para reconhecimento e demarcação de terras indígenas, a criação de unidades de
conservação e a titulação de territórios quilombolas.
Entre outras “qualificações”
de seu currículo que o coloca em plenas condições para promover as “políticas públicas de emprego” no governo Dilma está o envolvimento de seu nome num escândalo para a aprovação de planos de manejos florestais fraudulentos na
Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Pará durante o governo Ana Júlia Carepa
(PT).
Segundo o
sítio Repúplica dos Ruralistas, Giovanni Queiroz é alvo ainda de inquérito que apura crimes contra o
meio ambiente e o patrimônio genético de uma ação civil de improbidade
administrativa que apura dano ao erário público.