Escolhido para assumir o Ministério da
Agricultura, o senador Blairo Maggi, conhecido como “rei da soja”, já foi
governador de Mato Grosso por duas gestões. Para assumir o cargo de ministro trocou o Partido da República (PR) pelo
PP (Partido Progressista). O grupo Amaggi, de sua propriedade, se tornou um dos
principais exportadores de soja do país. Maggi também já foi considerado o
maior produtor individual de soja do planeta.
O prestígio no agronegócio fez com que Maggi
fosse considerado pela revista ‘Forbes’ uma das pessoas mais influentes do
mundo. Mas fez também com que virasse alvo de críticas de várias entidades
ambientais. Em 2005, a ONG Greenpeace o contemplou com o prêmio ‘Motosserra de
Ouro’.
No mesmo ano, o inglês ‘Independent’ publicou
uma reportagem de capa sobre o “estupro da Amazônia”, dizendo que Maggi era “o
homem por trás” do desmatamento na região. “Um fazendeiro milionário e um
político sem compromissos que preside o boom da produção de soja brasileira”,
afirmou o jornal.
Apoiou a reeleição de Lula em 2006, quando
também foi reeleito governador. Como senador, votou favorável a abertura de
inquérito contra a presidente Dilma Rousseff (PT) e consequentemente pelo
afastamento da presidente, no último dia 12 (quinta).
Na terça (10 de maio), o ministro do Supremo
Tribunal Federal, Dias Toffoli, arquivou um inquérito que o investigava Maggi
por lavagem de dinheiro e corrupção na Operação Ararath, da Polícia Federal.
PEC do
licenciamento e prorrogação do prazo do CAR para médios e grandes proprietários
Ainda como parlamentar, Maggi foi relator do
Projeto de Emenda Constitucional n° 65/2012, na Comissão de Constituição,
Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado. De autoria do senador Acir Gurgacz
(PDT-RO), a proposta que tem apenas três páginas acaba com o processo de licenciamento
ambiental em obras públicas ao estabelecer que a apresentação de um Estudo de
Impacto Ambiental (EIA) pelo empreendedor, a obra não pode mais ser suspensa ou
cancelada.
Também antes de tomar posse, Maggi defendeu a prorrogação do prazo de inscrição no
Cadastro Ambiental Rural (CAR) para todos os produtores rurais. Na semana
passada, a então presidente Dilma Rousseff publicou uma Media Provisória
prorrogando para o dia 05 de maio de 2017 o prazo para que os imóveis com até
quatro módulos fiscais façam o CAR. Veja AQUI.
De acordo com Blairo, os médios
e grandes proprietários também merecem a extensão do prazo. Desde 5 de maio,
esses produtores ainda podem fazer o cadastro, mas não poderão acessar o
crédito rural e perderão os benefícios previstos em lei para quem preencheu no
prazo.
Com informações do G1, Agência
Brasil, O Estado de São Paulo e Canal Rural