Em
Cúpula do Clima da ONU, em Nova York, países europeus prometeram investir mais
de US$ 1 bilhão no projeto. Segundo ministra, Brasil não foi consultado
para debater a proposta
Na manhã desta terça-feira, 23, 120
chefes de estado se reuniram na Cúpula do Clima da ONU para discutir sobre as
transformações climáticas, bem como sobre as medidas adotadas por cada nação
para conter os impactos.
O encontro, convocado pelo
secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, ocorreu este ano em Nova Iork e teve como
principal resultado a promessa dos países europeus, de investirem nos próximos
dois anos até US$ 1,2 bilhão de pagamentos aos países que consigam diminuir as
taxas de desmatamento.
O Brasil, por sua vez, não aderiu à
Declaração de Nova York sobre Florestas por discordar do desmatamento zero e
pela ausência de distinção no texto entre o que é legal ou não. De acordo com a
lei brasileira, é permitido o manejo sustentável de florestas e derrubada de
áreas para a agricultura, fatores que restringem a adesão.
A ministra do Meio Ambiente, Izabella
Teixeira, alegou que o Brasil não foi previamente consultado, mas os
organizadores do documento garantem que uma versão foi apresentada em junho ao
governo brasileiro, ainda no início de sua preparação.
“Modelo”
Durante o encontro, entretanto, a
presidenta Dilma Rousseff disse que o Brasil é a prova de que “um modelo
socialmente justo e ambientalmente sustentável é possível”. A presidenta
ressaltou a queda de 79% do desmatamento nos últimos dez anos e ainda citou que,
de 2010 a 2013, o país deixou de lançar anualmente uma média de 650 milhões de
toneladas de dióxido de carbono.
“O Brasil, portanto, não anuncia
promessas. Mostra resultados. Historicamente, os países desenvolvidos
alcançaram o nível de bem-estar de suas sociedade graças a um modelos de
desenvolvimento baseado em taxas de emissões de gases danosos ao clima”,
destacou Rousseff.
“Nós não queremos repetir esse modelo,
mas não renunciaremos ao imperativo de reduzir as desigualdades e elevar o
padrão de vida da nossa gente”, complementou a presidenta, que também prometeu
submeter à sociedade brasileira, até o fim do ano, um “plano nacional de
adaptação”.
Resultado
O compromisso dos países, anunciado
com a Declaração de Nova York sobre Florestas na Cúpula do Clima, se aproxima
mais de intenções do que propriamente um plano prático que venha a diminuir
pela metade o desmatamento até 2020 ou mesmo anulá-lo até 2030.
Fonte:
O Povo