Cinquenta e duas famílias acampadas, desde 2009, na fazenda Ponta da Serra, município de Carolina, estão sendo despejadas por ordem do Poder Judiciário. Após a ocupação do imóvel as famílias recorreram ao INCRA para que procedesse à desapropriação do mesmo e sua destinação para assentamento das famílias. Em maio de 2010, o órgão fundiário instaurou Processo de Desapropriação sob o nº 54230.004759/2010-67.
Ocorre
que os proprietários Argemiro Pereira da Costa e Juilton Pereira da Costa
ingressaram com uma ação de reintegração de posse na comarca de Carolina e, em
setembro, o juízo da comarca concedeu liminar reintegrando-os na posse, como
sempre atendendo a alegação de ocupação como menos de um ano e um dia. Ressalta-se
que, mesmo antes da manifestação do judiciário, capangas dos fazendeiros
tentaram expulsar as famílias.
Logo
após a expedição da liminar os fazendeiros voltaram à área, acompanhados apenas
por policias à paisana de nomes Antônio Carlos dos Santos e Juvenal, do
policiamento de Carolina, e derrubaram barracões da comunidade, além das casas
de oito famílias, retirando-as à força da comunidade.
Segundo
informações, a mesma área ocupada pelas famílias está sendo negociada pelos
proprietários com a empresa Suzano Papel e Celulose para o plantio de eucalipto
que tem causado sérios conflitos agrários em todo o estado do Maranhão.
Diante
da gravidade da situação exigimos a intervenção das autoridades competentes
para que as famílias tenham assegurado o direito à moradia, ao trabalho, à
alimentação, enfim à paz e dignidade e também do Comando Geral da Policia
Militar, que certamente não admite de policiais militares assumam o papel de
jagunços em defesa de latifundiários e grileiros.
Fonte:
Comissão Pastoral da Terra do Maranhão (via Diogo Cabral por correio
eletrônico).