Para propor medidas emergenciais, especialmente quanto ao abastecimento humano, a Câmara Consultiva Regional do Alto São Francisco vai se reunir amanhã, em Belo Horizonte
O Rio São Francisco já perdeu um quilômetro de extensão nas suas
nascentes, na Serra da Canastra, Região Centro-Oeste de Minas, por causa da
seca que castiga a região. A constatação é de um grupo de autoridades,
representantes de instituições de ensino e ambientalistas que, na tarde de
sábado, visitou o trecho afetado pela longa estiagem e destruído por incêndios
florestais. “A situação é bem pior do que imaginávamos. Se não chover logo, o
problema vai se agravar, pois verificamos, em muitos municípios, um quadro
crítico, com lagoas, córregos e rios secando”, disse, ontem, o presidente do
Comitê da Bacia Hidrográfica dos Afluentes do Alto São Francisco, formado por
29 cidades, e secretário de Meio Ambiente de Lagoa da Prata, Lessandro Gabriel
da Costa.
Para propor medidas emergenciais, especialmente quanto ao abastecimento
humano, a Câmara Consultiva Regional do Alto São Francisco, integrante do
comitê federal do São Francisco, vai se reunir amanhã, em Belo Horizonte. “No
Centro-Oeste, registramos falta de água em Arcos, Pará de Minas, Santo Antônio
do Monte e Bom Despacho. No Norte, a questão envolve também prejuízos para o
setor de turismo em Pirapora. Se não tivermos chuva, medidas eficazes e
conscientização das comunidades, vamos ter racionamento e enfrentar uma séria
escassez”, prevê o secretário.
O trecho seco vai até a estátua de São Francisco, marco que se tornou símbolo do berço mineiro do chamado “Rio da Unidade Nacional”. Impressionado com o cenário de desolação, conforme foi mostrado em reportagem do Estado de Minas, Lessandro disse que a população precisa estar preparada, evitando o desperdício do recurso natural e evitando de vez as queimadas, prática que se alastra, acaba com a biodiversidade e extermina as matas protetoras. Nesse rastro onde o cinza se sobrepõe ao verde, os animais agonizam ou morrem esturricados
O trecho seco vai até a estátua de São Francisco, marco que se tornou símbolo do berço mineiro do chamado “Rio da Unidade Nacional”. Impressionado com o cenário de desolação, conforme foi mostrado em reportagem do Estado de Minas, Lessandro disse que a população precisa estar preparada, evitando o desperdício do recurso natural e evitando de vez as queimadas, prática que se alastra, acaba com a biodiversidade e extermina as matas protetoras. Nesse rastro onde o cinza se sobrepõe ao verde, os animais agonizam ou morrem esturricados
“Não há mais árvores em volta das nascentes. Queimou tudo, mas não
adianta também fazer o replantio agora, no seco”, afirma o secretário, certo de
que é fundamental estar em alerta. “Ninguém nunca se preparou para a falta de
água. Pode ser que chova muito em breve, mas esse momento nos dá uma lição: a
água é recurso finito. É preciso aprender isso”, afirmou. “Minas está na
frente, no país, em áreas destruídas pelo fogo; o reservatório de Três Marias
se encontra muito baixo, com risco para geração de energia. Enfim, temos que
ter um plano A.”.
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