sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Dilma pede ajuda a Lula para enfrentar as greves


Por Raymundo Costa, Rosângela Bittar, Lucas Marchesini e Fernanda
A greve dos funcionários públicos federais, que já mobiliza 350 mil servidores, ameaça virar "um tsunami" na avaliação de lideranças do PT. Por isso, a presidente Dilma Rousseff pediu ajuda ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para as negociações com os grevistas. Lula deve atuar principalmente para atenuar a radicalização do movimento, que beira a ruptura, como demonstrado ontem com a decisão da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e outros cinco sindicatos de servidores de representar contra o governo federal na Organização Internacional do Trabalho (OIT).
A intermediação de Lula pode contornar um fenômeno que se cristalizou nos últimos dias: a impaciência dos sindicalistas com diálogos quase sempre sem um desfecho. A base dos sindicatos não tem sido receptiva à intermediação mais ponderada dos dirigentes. Na conversa que teve com Lula, na terça-feira, Dilma queixou-se da relação das centrais sindicais. Os dirigentes sindicais, inclusive da CUT, também se queixam do tratamento recebido do Palácio do Planalto. Segundo eles, após chegar ao Planalto, Dilma não teria retribuído o apoio que teve na campanha eleitoral. E não teria cumprido promessa de manter um diálogo permanente com a central dos petistas.
A intermediação passou a ser feita com Gilberto Carvalho, chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, encarregado, no Planalto, de lidar com os movimentos sociais. Mais tarde, Carvalho chamou para assessorá-lo um dos vice-presidentes da CUT, José Vicente Feijó.
As greves começam a afetar a operação das indústrias. Em Santos, o volume de contêineres parados nos quatro terminais marítimos aumentou ontem 35% sobre o dia anterior em razão da greve dos fiscais agropecuários. Entre as mercadorias, estavam produtos siderúrgicos, automotivos, agentes orgânicos, medicamentos, arroz, frutas, eletrônicos e pastas químicas de madeira.
A greve dos fiscais ligados ao Ministério da Agricultura atinge um universo maior de cargas porque, além de serem responsáveis pela inspeção de mercadorias de origem vegetal e animal, a categoria vistoria toda a madeira que entra no país para evitar a introdução de pragas.
Fonte: Valor
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