quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Greve: Servidores do Incra e do MDA ocupam sala de “negociação” do Ministério do Planejamento

Durante quatro horas, servidores permaneceram na sala de Sérgio Mendonça.

Com atraso de quase duas horas, a reunião convocada para esta terça-feira, 14 de agosto, pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) com os servidores do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) terminou sem que nenhuma proposta fosse apresentada à categoria que completa 58 dias em greve em praticamente todo o país.

Na parte da manhã, centenas de servidores de várias categorias se concentraram em frente ao ministério para tentar abri um canal de negociação (caso dos professores de universidades e institutos federais) ou para serem recebidos, como é o caso dos servidores das carreiras do “Plano Geral do Poder Executivo” (PGPE) e correlatas que são representados pela Confederação Nacional dos Servidores Públicos Federais (Condsef) e Federação Nacional dos Trabalhadores da Previdência e Saúde (Fenasps).  Apesar do grande esforço de mobilização destas categorias, na reunião o governo anunciou que não teria até o momento nenhuma proposta a ser apresentada.



Centenas de servidores se concentraram pela parte da manhã em frente ao Ministério do Planejamento.

Na parte da tarde, por volta das 16 horas, o Secretário de Relações do Trabalho do MPOG, Sérgio Mendonça, afirmou na mesa de negociação com as carreiras dos órgãos federais agrários, que lamentava o não cumprimento dos prazos por parte do governo nas agendas anteriormente acertadas, mas que o mesmo não estaria autorizado a apresentar qualquer proposta pois a “junta orçamentária do governo federal” ainda não teria fechado os “cálculos” de impactos para o orçamento de 2012, a ser concluído até 31 de agosto.

Na reunião estavam presentes as entidades dos servidores do Incra: Confederação Nacional das Associações de Servidores do Incra (Cnasi); Associação Nacional dos Engenheiros Agrônomo do Incra (Assinagro); e Associação dos Servidores do Ministério do Desenvolvimento Agrário (Assemda); um representante de cada Superintendência Regional do Incra em greve e presentes em Brasília, além da Condsef e vários parlamentares e representantes destes.

Diante da intransigência do governo em não definir sequer uma nova data de reunião para apresentação de propostas, os servidores decidiram permanecer no gabinete do secretário em forma de protesto. Ao mesmo tempo, a quase duas centenas de servidores de vários estados que aguardavam em vigília o resultado da reunião iniciou um processo de mobilização nas portas de entrada e saída do ministério, bem com nos estacionamentos. Os servidores do Incra e do MDA foram acompanhados de vários outros colegas de outras categorias em greve que se encontravam no local. Dezenas de servidores que se encontravam no acampamento na Esplanada dos Ministérios também se dirigiram para o local.

Em reação, o governo se retirou da mesa de negociação e chamou um batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal para tentar conter a mobilização dos servidores que se encontravam do lado de fora do prédio.  O governo tentou ainda usar o protesto dos servidores do Incra/MDA como justificativa para desmarcar a reunião prevista com a Fasubra e o Sinasefe para discutir a situação dos técnico-administrativos de universidades e institutos, embora anteriormente tivesse afirmado que esta semana não seria apresentado nenhuma proposta para nenhuma categoria em greve e em mobilização.

A banca de parlamentares presentes tentou intermediar com o “negociador” do governo Dilma Rousseff no sentido deste apontar uma data de reunião em que fosse apresentada uma proposta, condição exigida pelos servidores para desocupação da sala. Após mais de duas horas de intermediações, Sérgio Mendonça retorna à sala para avisar que poderia marcar uma nova reunião somente para 20 de agosto, as 15 horas, onde “possivelmente” haveria uma proposta.

Diante da estratégia do governo de criminalizar os servidores do Incra/MDA pelas reuniões desmarcadas com as outras categorias e com o compromisso de uma nova reunião, os servidores anunciaram que estariam desocupando o prédio.

Enquanto permanecia a ocupação, servidores do lado de fora cercavam o MPOG.

Durante a saída, a Polícia Militar agiu com truculência, espancando e jogando spray de pimenta tanto em servidores que tinham ocupado o prédio como nos apoiadores do Incra/MDA e várias categorias que ser reuniam às centenas em volta do MPOG.

O ato indicou ao governo o rumo que a greve deve tomar caso o governo mantenha a tática de criminalizar o movimento e não apresentar nenhuma resposta concreta às mais de 30 categorias que realizam uma das maiores greves do funcionalismo público federal. 

Polícia Militar do DF reprimiu servidores na saída do prédio.

Ainda hoje aqui no blog, a repercussão deste protesto e a cobertura da Marcha Unificada dos Servidores Públicos Federais em Brasília. 

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