Grupo de servidores
públicos federais cobrou reabertura de negociações com Planalto; Dilma ignorou
ato, mas durante discurso lembrou dos efeitos da crise mundial na economia
brasileira
Servidores públicos em greve furaram o
esquema de segurança da Presidência da República e promoveram um protesto pela
reabertura das negociações com o governo federal, nesta sexta-feira, 10. Eles
ficaram a cerca de 40 metros do palco onde a presidente Dilma Rousseff discursou
no início desta tarde, no lançamento da ampliação do Programa Brasil Sorridente
de saúde bucal. No momento há 30 categorias em greve no País.
Foto: Pedro Triginelli/G1 |
Impedidos de entrar portando faixas ou
com camisetas alusivas ao movimento na área reservada para o público, no centro
de Rio Pardo de Minas, cidade de cerca de 30 mil habitantes no norte mineiro,
os ativistas apelaram para a discrição. Entraram sem alarde, se agruparam à
esquerda do palco e, quando Dilma iniciou seu discurso, começaram a gritar
palavras de ordem. Seguravam cartazes de papel, improvisados com tinta hidrocor
e papel, que tinham trazido escondidos. "A greve continua/Dilma a culpa é
sua" foi um dos estribilhos que repetiram os ativistas, de instituições de
ensino da região que aderiram à paralisação e também da Universidade Federal
Minas Gerais (UFMG).
A presidente procurou manter a calma e
evitou olhar na direção dos manifestantes, que foram cercados por PMs e
seguranças da Presidência. Defendeu, porém, indiretamente, sua política para
enfrentar a greve do funcionalismo. "Este é um País que tem de ser feito
para a maioria de seus habitantes. Não pode ser feito só para uma parte
deles", disse, entre as vaias dos cerca de 40 ativistas e aplausos de
centenas de pessoas.
"Tem de olhar o que é mais
importante para o País atender. Hoje, estamos enfrentando uma crise no mundo. O
Brasil sabe que pode e vai enfrentar a crise e vai passar por cima dela,
assegurando empregos para todos os brasileiros. O que o meu governo vai fazer é
assegurar empregos para aquela parte da população que é a mais frágil, que não
tem direito à estabilidade",continuou, referindo-se, sem mencioná-los
explicitamente, aos servidores. "(A parte) Que sofre porque pode ser
muitas vezes desempregada. Não queremos isso. Queremos todos os brasileiros
empregados, recebendo seus salários e recebendo serviços públicos de
qualidade."
Depois de pouco mais de 10 minutos, a presidente encerrou o discurso dizendo-se "sempre muito feliz com essa forma tão amigável como Minas recebe a gente".
Depois de pouco mais de 10 minutos, a presidente encerrou o discurso dizendo-se "sempre muito feliz com essa forma tão amigável como Minas recebe a gente".
*Com informações da Agência Estado