sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Protesto e bloqueio antecedem evento com Dilma em Alagoas


Fabio Guibu*

A Polícia Militar de Alagoas utilizou bombas de gás lacrimogêneo para dispersar manifestantes sem-terra que bloquearam uma rodovia que dá acesso a uma fábrica da Braskem que a presidente Dilma Rousseff inaugura nesta sexta-feira (17), em Marechal Deodoro (33 km de Maceió).

Os manifestantes tentavam chegar até o evento para pedir maior agilidade na reforma agrária à presidente, mas foram barrados pela PM a cinco quilômetros da fábrica. Revoltados, decidiram bloquear os demais veículos que passavam pela rodovia.

Ao menos dez ônibus com trabalhadores rurais sem terra, servidores federais em greve, sindicalistas e estudantes haviam sido parados nas barreiras montadas pela PM na BR-314.
Os manifestantes sem-terra desceram dos ônibus e fecharam a pista com galhos de árvores. Servidores em greve não participaram do tumulto, segundo a PM.

Vários veículos ficaram retidos no congestionamento que se formou, entre eles os que transportavam os senadores alagoanos Renan Calheiros (PMDB) e Benedito de Lira (PP) à fábrica.

Lira disse que ficou 40 minutos no congestionamento, com Renan e com o presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas, o desembargador Sebastião Costa Filho. Segundo o senador, Costa Filho chegou a descer do carro para discutir com militantes sem-terra que seguravam pedaços de pau.

"Ele foi tirar o pedaço de pau das mãos do sem-terra e houve divisão de força", disse Lira.

Ainda segundo o senador, o carro do desembargador foi amassado a pauladas. "O direito de manifestação é sagrado, mas esse povo abusa. Não tinha motivo nenhum. Todo cidadão brasileiro tem limites, só eles (sem-terra) que não têm".

Apenas um grupo com cerca de cem manifestantes, que chegou às 5h30, conseguiu furar a barreira, mas foi retido a um quilômetro da fábrica, também pela PM alagoana. Eles carregam faixas de protesto e bandeiras de partidos políticos de esquerda, como o PSTU.

Segundo o MST em Alagoas, cerca de 250 integrantes de quatro entidades de luta pela terra participaram do protesto _o próprio MST, a CPT (Comissão Pastoral da Terra), o MLST (Movimento de Libertação dos Sem Terra) e o MTL (Movimento Terra Trabalho e Liberdade).
Ainda de acordo com o movimento, as balas de borracha e as bombas de efeito moral disparadas pela PM para dispersar o grupo não provocaram ferimentos, e ninguém foi preso.

*Fonte: Folha
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