Durante
voto de Gilmar Mendes, eles se ergueram e levantaram faixas. Na segunda,
ministro Ayres Britto autorizou retomada da obra no Pará.
Fabiano
Costa*
Quatro
pessoas que se disseram integrantes de um grupo intitulado Ocupa Sampa” se
levantaram no plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), em meio ao voto do
ministro Gilmar Mendes na sessão desta quarta-feira (29) do julgamento do
mensalão.
Eles
acompanhavam o julgamento sentados na ala reservada ao público e se ergueram
para exibir cartazes de protesto contra a derrubada, pelo STF, da decisão
judicial que paralisou as obras da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará.
Na noite
de segunda-feira (27), o presidente do STF, Carlos Ayres Britto, concedeu
decisão liminar (provisória) que autorizou a retomada das obras da usina
hidrelétrica paraene. A paralisação havia sido determinada no dia 14 de agosto
pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região.
Foi o
primeiro protesto dentro do tribunal durante o julgamento do mensalão. Os
manifestantes se ergueram no momento em que os fotógrafos haviam ingressado no
recinto de julgamento para registrar o voto de Gilmar Mendes. Rapidamente, os
seguranças do STF imobilizaram o grupo, que foi retirado do plenário.
Uma das
cartolinas exibidas pelos integrantes do movimento pedia celeridade no
julgamento da ação sobre a hidrelétrica: ““Belo Monte: é hora de julgar o
mérito desta questão””, reivindicava o manifesto.
Mesmo
diante da tumulto, Gilmar Mendes não interrompeu sua manifestação sobre o item
3 da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), que trata dos supostos
crimes cometidos na Câmara dos Deputados e no Banco do Brasil.
Do lado de
fora do Supremo, os manifestantes afirmaram que idealizaram o protesto para
chamar a atenção sobre a queda da liminar. Para o grupo, Ayres Britto foi
““pressionado”” pelo Palácio do Planalto para liberar a obra.
“Viemos
manifestar apoio ao Ayres Britto para ele tomar a decisão correta. Mas sabemos
que a decisão dele foi tomada por pressão governamental”, disse um dos
integrantes do movimento, que não quis se identificar.
Outra
manifestante, que se identificou como Juliana Oliveira, afirmou que o grupo
Ocupa Sampa não tem ligação com partidos políticos. “Somos apartidários, não
violentos e trabalhamos por consenso”, afirmou.
*Fonte: G1