MEC espera que acordo seja assinado na próxima quarta-feira
Reinaldo
Adri*
Diferentemente
do informado pelo Ministério da Educação no último domingo, 19, as entidades
sindicais representantes dos técnicos administrativos das instituições de
ensino federais negam que a classe profissional esteja sinalizando encerrar a
greve da categoria. A decisão será tomada pelas assembleias que se reúnem nesta
semana por todo o Brasil para estudar as propostas feitas pelo governo.
O
MEC publicou em seu site oficial que, após a última rodada de negociações, a
Federação de Sindicatos de Trabalhadores das Universidades Brasileiras
(Fasubra) havia sinalizado retorno aos trabalhos e que a expectativa era de
assinatura formal do acordo na próxima quarta-feira, 22, após a reunião das
assembleias sindicais regionais. Na divulgação, o representante do ministério
nas negociações, o secretário de educação profissional e tecnológica Marco
Antônio Oliveira, disse que estava otimista com a disposição demonstrada pelos
dirigentes da federação sindical em fazer o acordo.
O
coordenador-geral da Fasubra, Gibran Ramos, rechaça veementemente os boatos do
fim da greve. Ele diz que são as assembleias que vão decidir democraticamente
nesta segunda e terça-feira os rumos do movimento. "O Comando Nacional de
Greve da Fasubra irá acatar o que a maioria das mais de 50 assembleias de base
decidirem. Se a decisão da maioria for de rejeitar a proposta, continuaremos em
greve. Se for de assinar a proposta, iremos encaminhar a assintura do
acordo." Ramos afirma que as propostas apresentadas pelo governo ainda não
são suficientes.
O
governo federal propõe um reajuste de 15,8% em três parcelas até 2015 e,
posteriormente, passou a admitir melhora nos índices de progressão de carreira,
de 3,6% para 3,8%, e nos distintivos de qualificação, que permite ao servidor
ganhar um adicional por conta da conclusão de cursos de graduação,
especialização, mestrado e doutorado
Segundo
o coordenador-geral do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação
Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), Gutemberg Almeida, a posição
oficial da entidade também só será conhecida no dia 22, quando os delegados
enviados por cada seção estadual irão reproduzir o que foi decidido nas
assembleias. "Pelo que estou percebendo, a maioria é contra as atuais propostas
de ajuste", diz. Ele afirma que o sindicato ainda não está satisfeito com
os porcentuais de reajustes e com alguns pontos da negociação, como a
impossibilidade dos técnicos se candidatarem a cargos de reitoria e a não
redução da carga horária de trabalho.
Na semana passada, o ministro da
Educação, Aloízio Mercadante, havia dito, em entrevista ao Estado, que esperava que o
acordo já fosse feito na última quinta-feira, porém, as negociações
fracassaram. O MEC reafirmou que a negociação com os docentes está encerrada.
O MEC informou já na noite desta
segunda-feira, 20, que os campi de algumas universidades e institutos
federais já começaram a deliberar pelo fim da paralisação. Entre as
universidades estão as de Roraima, Piauí, Amazonas, Pelotas e Minas Gerais,
Goiás e do Recôncavo Baiano. Já entre os institutos estão os de Brasília,
Pernambuco, Paraná, Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Triângulo Mineiro, Santa
Catarina, Maranhão. Piauí, Sul de Minas e Sertão de Pernambuco.
A
Fasubra comunicou que não vai comentar a lista informada pelo MEC e que só vai
se posicionar quando as mais de 50 unidades decidirem sobre a questão.
Fonte:
O Estado de São Paulo