segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Universidades: Para sindicatos, greve dos técnicos administrativos não está no fim


MEC espera que acordo seja assinado na próxima quarta-feira

Reinaldo Adri*

Diferentemente do informado pelo Ministério da Educação no último domingo, 19, as entidades sindicais representantes dos técnicos administrativos das instituições de ensino federais negam que a classe profissional esteja sinalizando encerrar a greve da categoria. A decisão será tomada pelas assembleias que se reúnem nesta semana por todo o Brasil para estudar as propostas feitas pelo governo.
O MEC publicou em seu site oficial que, após a última rodada de negociações, a Federação de Sindicatos de Trabalhadores das Universidades Brasileiras (Fasubra) havia sinalizado retorno aos trabalhos e que a expectativa era de assinatura formal do acordo na próxima quarta-feira, 22, após a reunião das assembleias sindicais regionais. Na divulgação, o representante do ministério nas negociações, o secretário de educação profissional e tecnológica Marco Antônio Oliveira, disse que estava otimista com a disposição demonstrada pelos dirigentes da federação sindical em fazer o acordo.
O coordenador-geral da Fasubra, Gibran Ramos, rechaça veementemente os boatos do fim da greve. Ele diz que são as assembleias que vão decidir democraticamente nesta segunda e terça-feira os rumos do movimento. "O Comando Nacional de Greve da Fasubra irá acatar o que a maioria das mais de 50 assembleias de base decidirem. Se a decisão da maioria for de rejeitar a proposta, continuaremos em greve. Se for de assinar a proposta, iremos encaminhar a assintura do acordo." Ramos afirma que as propostas apresentadas pelo governo ainda não são suficientes.
O governo federal propõe um reajuste de 15,8% em três parcelas até 2015 e, posteriormente, passou a admitir melhora nos índices de progressão de carreira, de 3,6% para 3,8%, e nos distintivos de qualificação, que permite ao servidor ganhar um adicional por conta da conclusão de cursos de graduação, especialização, mestrado e doutorado
Segundo o coordenador-geral do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), Gutemberg Almeida, a posição oficial da entidade também só será conhecida no dia 22, quando os delegados enviados por cada seção estadual irão reproduzir o que foi decidido nas assembleias. "Pelo que estou percebendo, a maioria é contra as atuais propostas de ajuste", diz. Ele afirma que o sindicato ainda não está satisfeito com os porcentuais de reajustes e com alguns pontos da negociação, como a impossibilidade dos técnicos se candidatarem a cargos de reitoria e a não redução da carga horária de trabalho.
Na semana passada, o ministro da Educação, Aloízio Mercadante, havia dito, em entrevista ao Estado, que esperava que o acordo já fosse feito na última quinta-feira, porém, as negociações fracassaram. O MEC reafirmou que a negociação com os docentes está encerrada.

O MEC informou já na noite desta segunda-feira, 20, que os campi de algumas universidades e institutos federais já começaram a deliberar pelo fim da paralisação. Entre as universidades estão as de Roraima, Piauí, Amazonas, Pelotas e Minas Gerais, Goiás e do Recôncavo Baiano. Já entre os institutos estão os de Brasília, Pernambuco, Paraná, Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Triângulo Mineiro, Santa Catarina, Maranhão. Piauí, Sul de Minas e Sertão de Pernambuco.

A Fasubra comunicou que não vai comentar a lista informada pelo MEC e que só vai se posicionar quando as mais de 50 unidades decidirem sobre a questão.
Fonte: O Estado de São Paulo
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