O Brasil está longe de ser um país com altos índices de
suicídios. A taxa de mortes autoinduzidas por cada 100 mil habitantes por aqui
não passa de cinco – seis vezes menor que a observada em países como a Lituânia
e a Coreia do Sul. No entanto, a realidade é outra quando se trata dos
indígenas brasileiros. Entre eles, as taxas de suicídio são até 20 vezes
superiores às da população em geral.
Em sua maioria, são homens jovens que morrem enforcados. Segundo especialistas, vítimas de um problema social profundamente ligado às disputas de terras e às más condições de vida e saúde dos povos nativos.
Para mostrar essa realidade paralela, essa nação sufocada (literal e figurativamente), a Ciência Hoje preparou este mapa interativo que exibe as ocorrências de suicídios indígenas registradas no Brasil entre 1996 e 2012. Os dados são do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde e dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (Desei) – obtidos nos sites desses órgãos e por meio de pedido fundamentado na Lei de Acesso à Informação.
No mapa, o internauta pode ver os principais focos de suicídios indígenas no país e consultar os números totais de mortes por cidade, bem como a proporção de suicídios indígenas e a participação indígena no município. Também é possível buscar por localidade.
Alguns municípios, como São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, se destacam. Na cidade, onde 76% da população são indígenas, esse grupo responde por quase 95% do total de suicídios. Em termos estatísticos, os indígenas do município têm cinco vezes mais chance de cometer suicídio que os não indígenas. Esse é apenas um dos focos de preocupação.
Um panorama mais completo dessa questão pode ser encontrado na reportagem ‘Nação sufocada’, publicada na Ciência Hoje nº 320 (novembro/2014). Leia AQUI.