Após distúrbios provocados por trabalhadores há cerca de dez dias, as obras da hidrelétrica de Belo Monte (PA) registram uma onda de demissões, afirmam sindicatos.
A Conlutas, central sindical ligada ao PSTU, diz que houve cerca de 400 demissões e que os desligamentos são uma retaliação ao quebra-quebra que danificou alojamentos, máquinas, veículos e escritórios da obra.
O consórcio responsável pela construção nega represálias e diz que "admissões e demissões ocorrem diariamente por causa do grande volume de mão de obra". Não informou, contudo, o número de demitidos.
Segundo relato de operários, as demissões atingiram sobretudo trabalhadores que vivem dentro da obra, por terem iniciado os distúrbios.
"No meu condomínio [alojamento] moravam umas 400 pessoas e todas foram demitidas", disse um armador demitido do sítio Pimental, que não quis se identificar.
No último dia 10, operários iniciaram um quebra-quebra após rejeitarem proposta da empresa de reajuste salarial de 11% --queriam 33%.
Em razão dos incidentes, a obra foi paralisada dois dias depois pelo CCBM (Consórcio Construtor de Belo Monte). Operários alojados foram liberados para voltar às suas casas, sob o argumento de que seriam convocados na retomada dos trabalhos.
De acordo com a Conlutas, alguns desses trabalhadores estão sendo demitidos antes mesmo de voltar para a obra.
Em meio a essa situação, os operários vivem um racha sindical, tendo como representante oficial o Sintrapav (Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada), filiado à Força Sindical, mas com a rivalidade daConlutas.
O Sintrapav informou ter solicitado esclarecimentos ao CCBM sobre as demissões.
Segundo o sindicato, o consórcio respondeu que aproveitou a parada da obra para fazer um "filtro" no quadro de pessoal e demitir aqueles que estavam com desempenho insatisfatório, o que não teria relação com a revolta dos operários.
Atualmente são 15 mil operários em Belo Monte, obra de conclusão prevista para 2019.
Prisão
A Polícia Civil concluiu anteontem o inquérito sobre os distúrbios na obra e pediu o indiciamento de seis operários, dos quais cinco foram presos em flagrante após serem identificados por seguranças da empresa.
A Defensoria Pública solicitou à Justiça em Altamira a liberação dos presos, mas o pedido foi negado. Agora eles vão tentar fazer o pedido à Justiça em Belém.
Fonte: Folha
A Conlutas, central sindical ligada ao PSTU, diz que houve cerca de 400 demissões e que os desligamentos são uma retaliação ao quebra-quebra que danificou alojamentos, máquinas, veículos e escritórios da obra.
O consórcio responsável pela construção nega represálias e diz que "admissões e demissões ocorrem diariamente por causa do grande volume de mão de obra". Não informou, contudo, o número de demitidos.
Segundo relato de operários, as demissões atingiram sobretudo trabalhadores que vivem dentro da obra, por terem iniciado os distúrbios.
"No meu condomínio [alojamento] moravam umas 400 pessoas e todas foram demitidas", disse um armador demitido do sítio Pimental, que não quis se identificar.
No último dia 10, operários iniciaram um quebra-quebra após rejeitarem proposta da empresa de reajuste salarial de 11% --queriam 33%.
Em razão dos incidentes, a obra foi paralisada dois dias depois pelo CCBM (Consórcio Construtor de Belo Monte). Operários alojados foram liberados para voltar às suas casas, sob o argumento de que seriam convocados na retomada dos trabalhos.
De acordo com a Conlutas, alguns desses trabalhadores estão sendo demitidos antes mesmo de voltar para a obra.
Em meio a essa situação, os operários vivem um racha sindical, tendo como representante oficial o Sintrapav (Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada), filiado à Força Sindical, mas com a rivalidade daConlutas.
O Sintrapav informou ter solicitado esclarecimentos ao CCBM sobre as demissões.
Segundo o sindicato, o consórcio respondeu que aproveitou a parada da obra para fazer um "filtro" no quadro de pessoal e demitir aqueles que estavam com desempenho insatisfatório, o que não teria relação com a revolta dos operários.
Atualmente são 15 mil operários em Belo Monte, obra de conclusão prevista para 2019.
Prisão
A Polícia Civil concluiu anteontem o inquérito sobre os distúrbios na obra e pediu o indiciamento de seis operários, dos quais cinco foram presos em flagrante após serem identificados por seguranças da empresa.
A Defensoria Pública solicitou à Justiça em Altamira a liberação dos presos, mas o pedido foi negado. Agora eles vão tentar fazer o pedido à Justiça em Belém.
Fonte: Folha