A notícia quase não teve repercussão na
grande imprensa até agora. O sítio G1 (Organizações Globo) preferiu inserir a informação numa matéria em que destaca o
avanço nas obras na hidrelétrica de Belo Monte. Em meio aos parágrafos onde
aparecem termos como "a construção da Usina
Hidrelétrica de Belo Monte segue com todo vapor", "deve gerar energia
para todo o Brasil", "coração da usina" está:
“Mais de 250 homens do Exército
participaram de um treinamento na área do Sítio Pimental, onde é feito o
barramento do rio Xingu. O local já foi invadido por manifestantes contrários a
obra e indígenas. Os militares simularam uma operação para ocupar as
instalações do canteiro e garantir o funcionamento da obra em caso de situação
de conflito.”
Os canteiros de Belo Monte já foram
ocupados diversas vezes por movimentos sociais desde o início da obra. Chegou o
momento também da data base dos operários da construção civil que atuam na
obra.
Não é por acaso que o Exército, por
meio do 51º Batalhão de Infantaria na Selva, tenha escolhido para realizar
"exercícios e manobras" o canteiro de obras da Pimental, inclusive
contando como apoio do Consórcio (privado) Norte Energia.
Por meio de nota, o
consórcio afirma que os militares se reuniram nas instalações e realizaram a
ocupação de uma unidade considerada um ponto estratégico para que se tenha o
controle do acesso e seja permitido o livre funcionamento do local. "Os
militares ocuparam logo cedo a portaria do sítio e distribuíram as companhias pelas
áreas industrial e de infraestrutura do canteiro, como o paiol de explosivos e
os acessos terrestres e fluviais", informou a Norte Energia.
O “treinamento” foi encerrado ainda na
terça, 30 de outubro. Segundo o comandante, a finalidade é que "todos os
soldados e oficiais partam de uma situação de não conhecimento da missão e faça
o deslocamento com todo desdobramento logístico e operacional para a
ocupação".