Fotografia: ZehRoberto Prates |
Os canteiros de obra Belo Monte e Pimental, os dois
mais importantes da hidrelétrica, foram palco de revolta de operários nesta
sexta (9) e sábado (10) em função de problemas trabalhistas e desacordos com a
proposta de aumento salarial apresentado pelo Consórcio Construtor Belo Monte
(CCBM).
A primeira ação ocorreu na noite de sexta, quando
foram incendiados quatro galpões do almoxarifado após a informação de que o
aumento proposto pela empresa seria de apenas 7%.
Já no sábado, os protestos tomaram conta do
canteiro de Pimental, que, de acordo com uma liderança dos trabalhadores, teve
instalações e alojamentos destruídos. “Por volta das 16 h, o Sindicato da
Construção Pesada do Pará (Sintrapav) foi ao Pimental e anunciou que havia
fechado um acordo com o CCBM de aumento de 11%. Em nenhum momento esta proposta
foi discutida com as bases, foi um acordo a portas fechadas entre sindicato e
empresa, e os operários se revoltaram. Aí houve um quebra geral”, explica o
trabalhador Emiliano de Oliveira.
De acordo com Oliveira, o sindicato foi expulso do
canteiro juntamente com toda a equipe administrativa do Sitio Pimental, mas
houve uma rápida intervenção da Polícia Militar e da Força Nacional de
Segurança. “Ocorreram prisões e sabemos que há trabalhadores feridos, mas
estamos sem nenhum apoio do sindicato e não sabemos quantos são, quem são e
onde estão”, afirma o trabalhador.
Reivindicações
Segundo os trabalhadores, a categoria tem três reivindicações principais, que não foram negociadas ainda pelo sindicato: aumento salarial acima do oferecido – já que, segundo a categoria, a inflação em Altamira chegou aos 30% em 2012 -, equiparação salarial entre os canteiros de obras – há denúncias de que operários com a mesma função recebem salários diferentes nos canteiros de Pimental e Belo Monte -, e mudança de regras da baixada (folga para visitar as famílias). “O aumento que estão oferecendo é ridículo. Pode até ser que a inflação no país tenha sido de cerca de 5%, mas em Altamira a coisa é diferente. Um prato feito chega a custar 17 reais. A situação está catastrófica, os preços estão estratosféricos”, diz um trabalhador.
Segundo os trabalhadores, a categoria tem três reivindicações principais, que não foram negociadas ainda pelo sindicato: aumento salarial acima do oferecido – já que, segundo a categoria, a inflação em Altamira chegou aos 30% em 2012 -, equiparação salarial entre os canteiros de obras – há denúncias de que operários com a mesma função recebem salários diferentes nos canteiros de Pimental e Belo Monte -, e mudança de regras da baixada (folga para visitar as famílias). “O aumento que estão oferecendo é ridículo. Pode até ser que a inflação no país tenha sido de cerca de 5%, mas em Altamira a coisa é diferente. Um prato feito chega a custar 17 reais. A situação está catastrófica, os preços estão estratosféricos”, diz um trabalhador.
Sem solução desde as paralisações do início deste
ano, de acordo com os operários de Belo Monte a baixada continua diferenciada
em relação às demais obras do PAC. “Enquanto em todas as demais obras a baixada
de 10 dias acontece a cada três meses, em Belo Monte eles só nos liberam de
meio em meio ano. Também só têm baixada os profissionais como pedreiro,
motorista, carpinteiro. Ajudantes e serventes não têm esse direito. E agora o
CCBM quer mudar as regras e só pagar passagem de avião pra quem mora a mais de
1500 km de Belo Monte. Os outros teriam que ir de ônibus, o que só de ida e
volta come mais da matade da baixada, em muitos casos”, explica Oliveira.
Clima tenso
Segundo os trabalhadores, as forças policiais continuam guardando o canteiro de Pimental, mas o CCBM já teria avisado que todos os operários devem retomar as atividades nesta segunda, sob pena de demissão sumária. “O problema é que Pimental está destruído, não tem como trabalhar. Na prática o canteiro já está em greve. Mas o clima está muito pesado, helicópteros da policia sobrevoam seguidamente a cidade de Altamira, e estamos sem proteção nenhuma do sindicato”, afirma um trabalhador. Segundo lideranças da categoria, ainda não há uma posição oficial do sindicato frente às reivindicações dos operários, e não está descartada uma greve geral a partir desta semana.
Segundo os trabalhadores, as forças policiais continuam guardando o canteiro de Pimental, mas o CCBM já teria avisado que todos os operários devem retomar as atividades nesta segunda, sob pena de demissão sumária. “O problema é que Pimental está destruído, não tem como trabalhar. Na prática o canteiro já está em greve. Mas o clima está muito pesado, helicópteros da policia sobrevoam seguidamente a cidade de Altamira, e estamos sem proteção nenhuma do sindicato”, afirma um trabalhador. Segundo lideranças da categoria, ainda não há uma posição oficial do sindicato frente às reivindicações dos operários, e não está descartada uma greve geral a partir desta semana.
Fonte:
Movimento Xingu Vivo para Sempre
(Notícia atualizada em 11 de novembro de 2012 as 23:55h)