Apenas em Madri e Sevilha, mais
de 1 milhão de pessoas protestaram
Só
em Madri e Sevilha foram mais de um milhão de pessoas, segundo avaliam os
sindicatos. O protesto contra o plano de austeridade de Mariano Rajoy, que
impõe um corte orçamentário de 65 bilhões de euros, e que inclui a subida do
IVA, a redução do subsídio de desemprego e a eliminação do subsídio de natal de
2012 dos funcionários públicos, ultrapassou todas as expectativas.
Falta de Dinheiro
Os
argumentos apresentados pelo ministro das Finanças e da Administração Pública,
Cristóbal Montoro, perante o Congresso, nomeadamente a ausência de “dinheiro
nos cofres públicos” e a inevitabilidade, não convenceram os cidadãos.
A
manifestação de Madri, na qual participaram, segundo as organizações sindicais,
800 mil pessoas, e que teve como lema “Querem arruinar o país, há que
impedi-lo, somos mais”, foi encabeçada pelos secretários gerais das CCOO e UGT,
Ignacio Fernández Toxo e Cándido Méndez, pela secretária geral da Confederação
Europeia de Sindicatos, Bernardette Segol, pelos responsáveis dos sindicatos
CGT, USO, CSI-F, Intersindical, e por representantes da Plataforma Social en
defensa del Estado del bienestar y los Servicios Públicos.
Participantes
Os
protestos foram marcados não só pela sua adesão massiva como também pela
multiplicidade dos seus participantes. As diferentes cores das camisas
identificavam mineiros, bombeiros, policias, professores, profissionais de
saúde, entre muitos outros.
O
setor cultural também foi fortemente representado, tendo os protestos contado,
inclusive, com vários rostos conhecidos do cinema, como Pilar, Javier y Carlos
Bardem, Juan Diego Botto, Loles León, Ernesto Alterio ou Fernando Tejero.
Foram
entoadas várias palavras de ordem, contudo, talvez a mais ouvida terá sido “que
se jodan!”, expressão pronunciada pela deputada do PP Andrea Fabra enquanto
Mariano Rajoy anunciava os cortes orçamentais, mais especificamente a redução
do subsídio de desemprego.
Tensão
Um
dos momentos de maior tensão ocorreu quando um grupo de manifestantes tentou
aproximar-se do Congresso. Mais de uma centena de agentes policiais bloquearam
o acesso, sendo que a polícia de choque avançou sobre os manifestantes,
disparando balas de borracha sobre a multidão. Pelo menos quinze pessoas foram
detidas e 26 pessoas ficaram feridas, tendo seis sido transferidas para centros
hospitalares de Madrid, adianta o El Pais.
Segundo
as organizações sindicais e os movimentos sociais que convocaram o protesto,
serão anunciadas, até ao final do mês, mais ações, a serem realizadas já em
agosto.
Greve Geral
As
CC.OO e a UGT, que ponderam a convocação de uma greve geral ante a “agressão
multidirecional” do governo, reclamam aos cidadãos que olhem ao seu redor e se
mobilizem contra as medidas do Executivo.
Os
líderes desta estruturas sindicais voltaram a defender a consulta dos
espanhóis, através de referendo, para comprovar se estes estão de acordo com os
novos cortes destinados a reduzir o déficit público.
Os
sindicatos ELA e LAB, juntamente com o ESK, STEE-EILAS, EHNE, HIRU, CGT-LKN e
CNT, convocaram uma greve geral para o País Basco e para Navarra para o próximo
dia 26 de setembro.
Fonte:
Caros Amigos