Fabrício
Escandiuzzi*
A ministra das Relações
Institucionais, Ideli Salvatti, disse nesta quarta-feira que o Governo Federal
não está tratando a questão de reajustes dos servidores públicos em greve como
"questão prioritária". Ela destacou que a presidente Dilma Rousseff
estaria "centralizando as suas forças" no combate à crise econômica e
na possibilidade de demissões na indústria.
Ideli aproveitou uma "folga de
três dias" para participar, em Florianópolis (SC) do lançamento do site da
candidata do PCdoB à prefeitura da capital catarinense, Angela Albino. A
ministra destacou que o governo vem se esforçando para buscar soluções para a
crise e destacou que ações que resultem em aumento de custo da máquina pública
não estão sendo tratados como prioridade.
"Em primeiro lugar, é importante
realçar que hoje a nossa prioridade é uma só: o enfrentamento da crise",
afirmou. "Por isso, toda e qualquer medida que venha a ser adotada e que
acarrete aumentos dos gastos públicos deve ser muito avaliada, não é a prioridade".
De acordo com a ministra, os
servidores federais teriam tido reajustes acima da inflação na última década.
Ela reconheceu a existência de "distorções e injustiças", mas avaliou
que, no momento, uma restruturação do funcionalismo não está em debate, apesar
da greve deflagrada em vários órgãos públicos e universidades. "Essa
modificação de forma ampla e irrestrita não esta colocada em debate diante da
gravidade da questão econômica".
"Servidores
têm estabilidade"
Ideli citou a possibilidade de demissão em massa na indústria nacional e destacou que trabalhadores que "não têm estabilidade é que precisariam de socorro no primeiro momento".
Ideli citou a possibilidade de demissão em massa na indústria nacional e destacou que trabalhadores que "não têm estabilidade é que precisariam de socorro no primeiro momento".
"A análise que temos é a de que, no
momento de crise, devemos focar e usar todos os mecanismos à disposição do
governo para proteger os mais frágeis, que são os trabalhadores do setor
privado", disse. "Eles não têm estabilidade. Diante da crise, por
pior que ela seja, os servidores irão manter os seus empregos".
A greve conta com a adesão de diversos
setores em todos os Estados brasileiros. Essa semana, a Universidade Federal de
Santa Catarina (UFSC) decidiu adiar o início das aulas do segundo semestre por
tempo indeterminado.
*Fonte: Terra