por Luiz Carlos Azenha*
A mais recente proposta do
governo Dilma para acabar com a greve nas universidades federais deverá ser
novamente rejeitada pela categoria, na avaliação de Marinalva Oliveira, a
presidente do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino
Superior (ANDES).
Segundo ela, desde que as
negociações foram iniciadas não houve mudança na essência do proposto pelo
governo para contemplar as duas reivindicações consideradas chave pelos
grevistas: mudanças na carreira dos professores e melhoria nas condições de
trabalho. A greve, iniciada em 17 de maio, segue sem perspectiva de solução.
Ela atinge a grande maioria das universidades e instituições de ensino federais
e envolve os estudantes em pelo menos 40 delas.
A proposta mais recente,
apresentada na última terça-feira, de acordo com Marinalva ainda implica em
perdas salariais para parte significativa dos professores.
O governo também propôs
remeter para um Grupo de Trabalho algumas questões referentes à carreira, mas o
ANDES acha a ideia “problemática” porque compromissos assumidos anteriormente
pelo mesmo caminho não teriam sido cumpridos, o que está na origem do movimento
grevista.
Conheça aqui detalhes do que querem os professores.
Ontem à noite, algumas
assembleias decidiram não aceitar a mais recente proposta do governo. A
anterior tinha sido rejeitada de forma unânime por 58 assembleias. Nesta nova
rodada de negociações, o prazo de consulta às bases dura até a próxima
segunda-feira.
A presidente do ANDES
lamentou as distorções que tem acontecido na cobertura de parte da mídia à
greve. Quando da proposta inicial, por exemplo, a maneira como a notícia foi
publicada dava a entender que o aumento seria de 45% para todos os professores
e de forma imediata. Na verdade, os 45% eram sobre o salário de julho de
2010, contemplavam apenas os professores titulares — que representam 5% da
categoria — e ainda assim o aumento seria dado de forma escalonada, até 2015,
sem considerar a inflação.
“Infelizmente tem uma
parte da imprensa que só passa o que o governo fala”, disse Marinalva.
*Fonte: Blog do Azenha
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