sexta-feira, 27 de julho de 2012

Marinalva Oliveira: Não há perspectiva de fim da greve nas universidades


por Luiz Carlos Azenha*

A mais recente proposta do governo Dilma para acabar com a greve nas universidades federais deverá ser novamente rejeitada pela categoria, na avaliação de Marinalva Oliveira, a presidente do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES).

Segundo ela, desde que as negociações foram iniciadas não houve mudança na essência do proposto pelo governo para contemplar as duas reivindicações consideradas chave pelos grevistas: mudanças na carreira dos professores e melhoria nas condições de trabalho. A greve, iniciada em 17 de maio, segue sem perspectiva de solução. Ela atinge a grande maioria das universidades e instituições de ensino federais e envolve os estudantes em pelo menos 40 delas.

A proposta mais recente, apresentada na última terça-feira, de acordo com Marinalva ainda implica em perdas salariais para parte significativa dos professores.

O governo também propôs remeter para um Grupo de Trabalho algumas questões referentes à carreira, mas o ANDES acha a ideia “problemática” porque compromissos assumidos anteriormente pelo mesmo caminho não teriam sido cumpridos, o que está na origem do movimento grevista.

Conheça aqui detalhes do que querem os professores.

Ontem à noite, algumas assembleias decidiram não aceitar a mais recente proposta do governo. A anterior tinha sido rejeitada de forma unânime por 58 assembleias. Nesta nova rodada de negociações, o prazo de consulta às bases dura até a próxima segunda-feira.

A presidente do ANDES lamentou as distorções que tem acontecido na cobertura de parte da mídia à greve. Quando da proposta inicial, por exemplo, a maneira como a notícia foi publicada dava a entender que o aumento seria de 45% para todos os professores e de forma imediata.  Na verdade, os 45% eram sobre o salário de julho de 2010, contemplavam apenas os professores titulares — que representam 5% da categoria — e ainda assim o aumento seria dado de forma escalonada, até 2015, sem considerar a inflação.

“Infelizmente tem uma parte da imprensa que só passa o que o governo fala”, disse Marinalva.

Comentários
0 Comentários

0 comentários: