quinta-feira, 30 de maio de 2013

Ação de reintegração de posse contra Terenas deixa um morto e vários feridos no MS

Na semana em que o governo federal anunciou a suspensão da demarcação de terras indígenas também no Mato Grosso do Sul, a execução de uma ação de reintegração de posse em Sidrolândia, a 70 quilômetros de Campo Grande, deixou um indígena morto e vários feridos.

Informações iniciais divulgadas pela grande imprensa dão conta de que agentes da Polícia Federal e da tropa de choque da Polícia Militar estadual teriam usado balas de borracha e bombas de efeito moral contra indígenas da etnia terena, que retomaram várias fazendas nas últimas semanas, em área declarada como indígena. No conflito durante a desocupação da fazenda Buriti, vários indígenas teriam ficado feridos e um teria sido morto, informação confirmada pela imprensa.

Segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), conforme informações de lideranças Terena, o indígena Osiel Gabriel morreu na manhã desta quinta-feira, 30, depois de ser levado com graves ferimentos de arma de fogo para um hospital. Outros indígenas estariam refugiados numa mata.


A área alvo da ação de reintegração foi declarada como de posse dos terenas em 2010 a partir da delimitação por laudo antropológico produzido 2001, dependendo apenas do governo federal para homologada.

Após a declaração, o processo seguiu para a Casa Civil, para a homologação da presidência da República, o que ainda não foi feito, enquanto nessa o governo o governo federal se reunia com representantes de sindicatos ruralistas e anunciavam a suspensão da demarcação de terras indígenas em todo o estado do Mato Grosso do Sul, seguindo o que já havia sido também anunciado para os estados do Paraná e Rio Grande do Sul.
Na foto. os ministros Gleise Hoffmann (Casa Civil), Pepe Vargas (Desenvolvimento Agrário), Luís Adams (Advocacia Geral da União) reunidos com a presidente da Confederação Nacional da Agricultura, Kátia Abreu e ruralistas do Mato Grosso do Sul no dia 28 de maio. Após a conversa, é anunciado o "mapeamento das propriedades rurais invadidas por índios" e a suspensão das demarcações.

A fazenda Buriti foi a primeira a ser ocupada e única que ainda continua com indígenas dentro de seus limites. Os terena também chegaram a entrar em outras três propriedades, Santa Helena, Querência e Cambará, mas já deixaram esses locais.

A área fazenda Buriti, a única que ainda não havia sido desocupada é reivindicada pelo fazendeiro Ricardo Bacha, que já foi deputado estadual e candidato ao governo do Mato Grosso do Sul pelo PSDB.
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