domingo, 5 de maio de 2013

Força Nacional barra entrada de deputado no canteiro ocupado de Belo Monte e dá ultimado aos indígenas


É cada vez mais tensa a situação no canteiro de obras da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, ocupado por cerca de 200 indígenas desde a última quinta-feira, 02 de maio.

Depois de a imprensa ser retirada do local, a Força Nacional de Segurança barrou a entrada do deputado federal Padre Ton (PT) no canteiro ocupado. O parlamentar, que é membro da Frente Parlamentar de Apoio aos Povos Indígenas, permaneceu na estrada de acesso ao canteiro em conjunto com apoiadores e da imprensa. Um advogado que se encontrava no interior da obra para defender os indígenas foi retirado por militares sob ameaça de prisão.

Dois fotógrafos e duas equipes de televisão também foram novamente impedidos de entrar no local. Um dos jornalistas foi ameaçado de prisão por policiais, caso entrasse no canteiro. Um grupo de apoiadores do município de Altamira que levava frutas para os indígenas não foi liberado para entregar as doações aos manifestantes.

Policiais teriam dado a informação falsa ao deputado de que os indígenas recusaram a visita do parlamentar. O coordenador de movimentos do campo e território da Secretaria Geral da Presidência, Nilton Tubino, teria ligado ao deputado e o orientado a não ir ao canteiro.

Com a ausência de qualquer representante do governo federal, comandantes da Força Nacional impedem não somente a entrada de apoiadores, da imprensa, advogados e do parlamentar como assumiu diretamente a negociação para a retirada dos indígenas do local.

Em nome do governo federal, a Força Nacional apresentou aos indígenas uma última “proposta” de negociação: os indígenas deverão apresentar uma lista de reivindicações, que será assinada por eles e pelo governo, que se comprometerá a cumpri-la sob a condição de que, depois de assinado o acordo, os indígenas deixassem o canteiro.

“O governo já disse pra vocês que não vem aqui”, disse um policial da Força Nacional aos indígenas. “É mais fácil acontecer um despejo do que vocês conseguirem a pauta de vocês. Então é bom aceitarem essa última proposta”.  Os indígenas não aceitaram e exigem a suspensão de Belo Monte e o direitos de serem consultados no caso das hidrelétricas nos rios Tapajós e Teles Pires.

Indignados, um grupo veio até a entrada do canteiro e escoltou o deputado até o interior da obra, onde estão acampados. Já dentro do canteiro, um capitão da Força Nacional disse ao deputado que ele tinha "30 minutos para dialogar com os indígenas".

As informações são do CIMI (Ruy Sposati) e blog Ocupação Belo Monte.
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