É
cada vez mais tensa a situação no canteiro de obras da hidrelétrica de Belo
Monte, no Pará, ocupado por cerca de 200 indígenas desde a última quinta-feira,
02 de maio.
Depois
de a imprensa ser retirada do local, a Força Nacional de Segurança barrou a
entrada do deputado federal Padre Ton (PT) no canteiro ocupado. O parlamentar,
que é membro da Frente Parlamentar de Apoio aos Povos Indígenas, permaneceu na
estrada de acesso ao canteiro em conjunto com apoiadores e da imprensa. Um
advogado que se encontrava no interior da obra para defender os indígenas foi
retirado por militares sob ameaça de prisão.
Dois
fotógrafos e duas equipes de televisão também foram novamente impedidos de
entrar no local. Um dos jornalistas foi ameaçado de prisão por policiais, caso
entrasse no canteiro. Um grupo de apoiadores do município de Altamira que
levava frutas para os indígenas não foi liberado para entregar as doações aos
manifestantes.
Policiais teriam dado a informação falsa ao
deputado de que os indígenas recusaram a visita do parlamentar. O coordenador
de movimentos do campo e território da Secretaria Geral da Presidência, Nilton
Tubino, teria ligado ao deputado e o orientado a não ir ao canteiro.
Com a ausência de qualquer representante do governo federal, comandantes
da Força Nacional impedem não somente a entrada de apoiadores, da imprensa,
advogados e do parlamentar como assumiu diretamente a negociação para a
retirada dos indígenas do local.
Em nome
do governo federal, a Força Nacional apresentou aos indígenas uma última
“proposta” de negociação: os indígenas deverão apresentar uma lista de
reivindicações, que será assinada por eles e pelo governo, que se comprometerá
a cumpri-la sob a condição de que, depois de assinado o acordo, os indígenas
deixassem o canteiro.
“O
governo já disse pra vocês que não vem aqui”, disse um policial da Força
Nacional aos indígenas. “É mais fácil acontecer um despejo do que vocês
conseguirem a pauta de vocês. Então é bom aceitarem essa última proposta”. Os indígenas não aceitaram e exigem a
suspensão de Belo Monte e o direitos de serem consultados no caso das
hidrelétricas nos rios Tapajós e Teles Pires.
Indignados, um grupo veio até a entrada do canteiro e escoltou o deputado
até o interior da obra, onde estão acampados. Já
dentro do canteiro, um capitão da Força Nacional disse ao deputado que ele
tinha "30 minutos para dialogar com os indígenas".
As informações são do CIMI (Ruy Sposati) e blog Ocupação Belo Monte.
As informações são do CIMI (Ruy Sposati) e blog Ocupação Belo Monte.