Gabriel Maymone*
A Justiça aceitou denúncia feita pelo Ministério Público Federal (MPF) contra um grupo criminoso, formado por 19 pessoas,
acusado de cobrar propina para ocupação ou regularizar a comercialização de
lotes da reforma agrária em Corumbá e Ladário (MS). Quadrilha era formada
por servidores do Incra, sindicalistas e líderes rurais.
Investigação comprovou a comercialização de lotes nos
Assentamentos Taquaral, Tamarineiro II-Sul, Paiolzinho e São Gabriel. Os lotes
chegavam a custar R$ 60 mil e a propina, R$ 6 mil. O MPF descobriu que
comerciantes e empresários locais estão entre os beneficiados das negociações
ilícitas realizadas entre o assentado que queria desistir do lote e o terceiro
interessado em sua aquisição.
A transação era avalizada com documentos falsos elaborados pelos
sindicatos de trabalhadores rurais e pelas associações de assentados, e
'regularizadas' por servidores do Incra”, afirma o texto da denúncia do MPF.
Alguns acusados possuíam vários lotes, obtidos com o mesmo esquema.
Para o interessado conseguir as assinaturas, era preciso pagar.
A fase seguinte era a formalização de um “processo” na Unidade do Incra em
Corumbá, para dar aparência de legalidade à ocupação do lote. Para isso,
forjavam procedimentos com documentos falsos que “atestavam” que pessoas sem
perfil de beneficiário e que não estavam inscritas no Programa Nacional de
Reforma Agrária, possuíam os requisitos para receberem os lotes.
Fonte: Correio do Estado - MS (fotografia não incluída na matéria original).