O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Econômicos (Dieese) acaba de publicar o estudo “Balanço das Greves 2012”. O documento aponta que foram realizadas 837 paralisações ao longo do ano, o maior número desde 1997 e um crescimento de 58% em relação ao ano passado confirmando uma tendência de crescimento no número de greves iniciada no ano de 2008. As greves de 2012 contaram com a participação de cerca de 1,8 milhão de trabalhadores, com média de 4.419 trabalhadores por greve.
Os dados analisados
pela entidade foram extraídos do Sistema de Acompanhamento de Greves (SAG),
desenvolvido e mantido pelo Dieese, que reúne informações das greves de
trabalhadores realizadas no Brasil desde 1978 e conta, atualmente, com mais de
28 mil registros. As informações do SAG foram obtidas por meio de notícias
veiculadas em jornais impressos ou eletrônicos da grande mídia e da imprensa
sindical.
Setores
Os trabalhadores da
esfera pública responderam 46,8% do total de greves realizadas. Foram 380
greves (43,5%) no funcionalismo público nas esferas federal, estadual e
municipal e 28 greves (3,2%) em empresas estatais. Por outro lado, os
servidores públicos e empregados de empresas estatais responderam por 75,3% do
total de horas paralisadas (65.393
horas), o que demonstra a grande dificuldade de negociação das categorias em
greve com os governos e esferas do poder público. Entre o funcionalismo
público, a maioria das greves foi deflagrada por servidores municipais (227).
Os trabalhadores da esfera privada realizaram a maior parte do número de greve (461 ou 52,8% do total), mas responderam apenas por 24,4% do total de horas paradas (21.223 horas), a maior parte das greves ocorreram no setor industrial (330).
O número total de horas não trabalhadas por greve foi de 86,9 mil e é o maior em mais de duas décadas, fiando abaixo apenas do ano de 1991.
DuraçãoOs trabalhadores da esfera privada realizaram a maior parte do número de greve (461 ou 52,8% do total), mas responderam apenas por 24,4% do total de horas paradas (21.223 horas), a maior parte das greves ocorreram no setor industrial (330).
O número total de horas não trabalhadas por greve foi de 86,9 mil e é o maior em mais de duas décadas, fiando abaixo apenas do ano de 1991.
Observa-se
que 265 greves (30%) foram encerradas no mesmo dia em que foram deflagradas. Os
protestos que não ultrapassaram um dia foram mais frequentes nas empresas
estatais (43%) e na esfera privada (34%). No funcionalismo público,
significaram 25% do total.
A maioria
das greves (60%) não ultrapassou cinco dias. Esse percentual é maior nas empresas
privadas (69%) e nas empresas estatais (68%). No caso do funcionalismo público,
48% tiveram duração de até 5 dias. Quanto às paralisações superiores a 30 dias,
das 101 greves registradas, 87 ocorreram no funcionalismo público.
As greves ocorridas
na esfera pública, apesar do menor número, mobilizaram, em média, mais
trabalhadores, por mais tempo, resultando em maior participação no indicador trabalhadores
x horas paradas (76%). Em contraste, as greves ocorridas na esfera privada,
apesar do maior número, mobilizaram em média menos trabalhadores, por menos
tempo, resultando em uma menor participação no indicador trabalhadores x
horas paradas (20%).
As greves de funcionários
públicos ocorreram, em sua maioria, no âmbito das categorias profissionais
(77%). Na esfera privada, as greves organizadas por empresa foram mais
frequentes (84%).
Oito paralisações
realizadas, cada uma delas, por mais de 50 mil trabalhadores, que compõem
apenas 2% dos protestos realizados em 2012, reuniram 45% do total de grevistas.
Na esfera pública,
destacam-se a greve dos servidores técnico-administrativos das universidades
federais, com adesão de mais de 100 mil grevistas e duração de 73 dias; a greve
dos docentes das universidades federais, com adesão de mais de 100 mil
grevistas e duração de 124 dias; e a greve dos trabalhadores dos Correios, com
adesão de cerca de 72 mil grevistas e duração de nove dias.
Na esfera privada,
destacam-se a greve dos trabalhadores na construção civil de Fortaleza, com
adesão de 59 mil trabalhadores e duração de 29 dias; as greves nas obras da
Refinaria Abreu e Lima e no Polo
Petroquímico de Suape - a primeira delas com duração de 15 dias e a outra com duração de 24 dias -
envolvendo mais de 50 mil trabalhadores; e a paralisação de advertência da Campanha Salarial dos
Metalúrgicos do ABC, que mobilizou, por um dia, cerca de 56 mil trabalhadores.
Além dessas,
destaca-se a greve nacional dos bancários de instituições públicas e privadas, que
atingiu o pico de 280 mil trabalhadores e prolongou-se por 10 dias.
Veja o estudo
completo AQUI.