sexta-feira, 3 de maio de 2013

Falece José Ibrahin, único operário no “Hércules 56”


Faleceu nesta sexta-feira, 03 de maio, o histórico militante de lutas operárias, José Ibrahin. 

Iniciou a militância ainda como estudante secundarista. De família de origem árabe, atuou ativamente desde o ano de 1967 na militância em fábricas no município de Osasco, em São Paulo. 
Em 1968, no auge das mobilizações estudantis, liderou aos 21 anos, a famosa grande greve dos metalúrgicos de Osasco, a primeira grande mobilização operária contra o regime militar, sendo a cidade ocupada por forças militares e greve duramente reprimida, com centenas de presos.

Ibrahin foi preso e torturado. Em 1969, foi incluindo na lista dos presos que foram trocados pelo embaixador dos EUA, Charles Elbrick, sequestrado pelas organizações guerrilheiras MR-8 e Aliança Libertadora Nacional, uma dissidência do PCB na qual Ibrahin também militava. Único operário entre os presos, foi levado para o México no avião Hércules 56 na companhia, entre outros, de Gregório Bezerra e dos então líderes estudantis, José Dirceu e Luis Travassos.


Viveu no exílio em Cuba, no Chile, Panamá e na Bélgica, só voltando ao Brasil no final dos anos setenta, no período de reorganização do movimento sindical, das lutas operárias do ABC Paulista e da lenta abertura política.

Em 1979, integrou o núcleo de novos dirigentes sindicais que daria origem ao Partido dos Trabalhadores (PT), partido do qual se afastou para entrar no PDT.

Atualmente ocupava a Secretaria de Formação Política da União Geral dos Trabalhadores (UGT) e vinha contribuindo intensamente nas atividades de resgate da luta contra a ditadura militar através do Projeto Memória da OSM/SP, da Comissão Nacional da Verdade, do GT – Ditadura e Repressão aos Trabalhadores e ao Movimento Sindical.
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