Faleceu
nesta sexta-feira, 03 de maio, o histórico militante de lutas operárias, José Ibrahin.
Iniciou a militância ainda como estudante secundarista. De família de origem árabe, atuou ativamente desde o ano de 1967 na militância em fábricas no município de Osasco, em São Paulo.
Iniciou a militância ainda como estudante secundarista. De família de origem árabe, atuou ativamente desde o ano de 1967 na militância em fábricas no município de Osasco, em São Paulo.
Em 1968, no auge
das mobilizações estudantis, liderou aos 21 anos, a famosa grande greve dos metalúrgicos de
Osasco, a primeira grande mobilização operária contra o regime militar, sendo a
cidade ocupada por forças militares e greve duramente reprimida, com centenas
de presos.
Ibrahin
foi preso e torturado. Em 1969,
foi incluindo na lista dos presos que foram trocados pelo embaixador dos EUA,
Charles Elbrick, sequestrado pelas organizações guerrilheiras MR-8 e Aliança
Libertadora Nacional, uma dissidência do PCB na qual Ibrahin também militava.
Único operário entre os presos, foi levado para o México no avião Hércules 56 na companhia, entre outros, de Gregório Bezerra e dos então líderes estudantis, José Dirceu e
Luis Travassos.
Viveu
no exílio em Cuba, no Chile, Panamá e na Bélgica, só voltando ao Brasil no
final dos anos setenta, no período de reorganização do movimento sindical, das lutas operárias do ABC Paulista e da lenta abertura política.
Em
1979, integrou o núcleo de novos dirigentes sindicais que daria origem ao
Partido dos Trabalhadores (PT), partido do qual se afastou para entrar no PDT.
Atualmente ocupava a Secretaria de Formação
Política da União Geral dos Trabalhadores (UGT) e vinha contribuindo intensamente
nas atividades de resgate da luta contra a ditadura militar através do Projeto
Memória da OSM/SP, da Comissão Nacional da Verdade, do GT – Ditadura e
Repressão aos Trabalhadores e ao Movimento Sindical.