Fotografia:Daniel Beltrá / Greenpeace |
Nathália Clark*
É sabido que a presença
de nuvens compromete a detecção do desmatamento e da degradação florestal pelos
satélites de monitoramento, tanto do governo quanto
não governamentais. Mas neste último mês de abril,
mesmo com metade (55%) da área da Amazônia Legal cobert por nuvensa, o SAD
(Sistema de Alerta de Desmatamento), do Imazon, detectou tendência
de aumento do desmatamento de 84% em relação a abril de 2012, e um aumento de
88% no acumulado entre agosto de 2012 e abril de 2013 com relação ao mesmo
período do ano anterior.
Os Estados que mais tiveram cobertura de nuvem em abril foram
Roraima (90%), Amapá (77%) e Pará (75%), sendo este último um dos mais
desmatadores. Mesmo assim, o SAD conseguiu detectar 140 quilômetros quadrados
de desmatamento na região da Amazônia Legal, contra 76 quilômetros quadrados
detectados no mês de abril do ano passado.
Já a degradação florestal acumulada entre agosto de 2012 e abril
de 2013 totalizou 1.570 quilômetros quadrados, contra os 836 quilômetros
quadrados do período anterior (agosto de 2011 a abril de 2012). Em abril de
2013, a maioria (73%) do desmatamento ocorreu no Mato Grosso, seguido por
Rondônia (19%), Amazonas (6%), Pará (1%) e Roraima (1%).
Em termos de emissões de gases do efeito estufa, os números de
abril de 2013 significam um total de 2,5 milhões de toneladas de CO²
equivalente lançadas na atmosfera. No acumulado do período, as emissões
comprometidas com o desmatamento chegam a 88 milhões de toneladas de CO², o que
representa um aumento de 55% em relação ao período anterior.
*Fonte: Greenpeace