No dia 19 de abril, direção da Ufopa negou que havia contestado laudos de Terras Indígenas. Uma semana depois, anunciou que retiraria contestações. Fotografia: Ib Tapajós |
Estudantes indígenas da
Universidade Federal do Oeste do Pará arrancaram uma importante vitória nesta
semana. A reitoria da universidade anunciou que revogaria qualquer tipo de
contestação contra as terras indígenas Munduruku-Taquara e Bragança-Marituba,
ambas no município de Belterra, oeste do Pará.
A direção da Ufopa divulgou uma nota e informou em seu sítio
que encaminhou ofício à Fundação Nacional do Índio (FUNAI), solicitando
cópias dos processos administrativos que possuem como partes a UFOPA. “Tão logo
tenhamos esses processos em mãos, nos comprometemos a fazer uma manifestação
junto aos órgãos competentes: FUNAI, Ministério Público, Ministério da
Educação, Ministério da Cultura e outros. Mas daqui a gente já sai com uma
posição muito clara, que responde às preocupações dos alunos indígenas, de que
nós revogamos”, disse o reitor Seixas Lourenço.
A Ufopa havia apresentado
contestação aos Laudos Antropológicos que delimitavam as duas terras indígenas.
Em protesto no dia 19 de abril, Dia do Índio, os estudantes indígenas da Ufopa
haviam exigido a retirada das contestações, mas na ocasião a reitoria da
instituição alegou que desconhecia qualquer documento de autoria da universidade
e que tudo poderia ser uma invenção.
De posse de informações e de
documentos oficiais de que a Universidade havia sim contestado a proposta de delimitação
das Tis, a Coordenação Provisória dos Acadêmicos Indígenas, representação
estudantil, realizaram na terça-feira, 30 de abril, reunião com a reitoria para
assegurar a promessa de retirada das contestações.
Os resumos dos relatórios
antropológicos das Terras Indígenas Munduruku-Taquara e Bragança-Marituba foram
publicados em 2010 e apresentam propostas de delimitação que se sobrepõem a partes da área
da Floresta Nacional do Tapajós. Além da Ufopa, contestaram os relatórios o
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Instituto
Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Sindicato
de Trabalhadores Rurais de Belterra entre outros.
Em vermelho, as TIs Bragança-Marituba (acima) e Munduruku-Taquara (abaixo) |