quarta-feira, 1 de maio de 2013

Pressionada, Ufopa recua da contestação de duas Terras Indígenas

No dia 19 de abril, direção da Ufopa negou que havia contestado laudos de Terras Indígenas.  Uma semana depois, anunciou que retiraria contestações. Fotografia: Ib Tapajós

Estudantes indígenas da Universidade Federal do Oeste do Pará arrancaram uma importante vitória nesta semana. A reitoria da universidade anunciou que revogaria qualquer tipo de contestação contra as terras indígenas Munduruku-Taquara e Bragança-Marituba, ambas no município de Belterra, oeste do Pará.

A direção da Ufopa divulgou uma nota e informou em seu sítio que encaminhou ofício à Fundação Nacional do Índio (FUNAI), solicitando cópias dos processos administrativos que possuem como partes a UFOPA. “Tão logo tenhamos esses processos em mãos, nos comprometemos a fazer uma manifestação junto aos órgãos competentes: FUNAI, Ministério Público, Ministério da Educação, Ministério da Cultura e outros. Mas daqui a gente já sai com uma posição muito clara, que responde às preocupações dos alunos indígenas, de que nós revogamos”, disse o reitor Seixas Lourenço.
A Ufopa havia apresentado contestação aos Laudos Antropológicos que delimitavam as duas terras indígenas. Em protesto no dia 19 de abril, Dia do Índio, os estudantes indígenas da Ufopa haviam exigido a retirada das contestações, mas na ocasião a reitoria da instituição alegou que desconhecia qualquer documento de autoria da universidade e que tudo poderia ser uma invenção.

De posse de informações e de documentos oficiais de que a Universidade havia sim contestado a proposta de delimitação das Tis, a Coordenação Provisória dos Acadêmicos Indígenas, representação estudantil, realizaram na terça-feira, 30 de abril, reunião com a reitoria para assegurar a promessa de retirada das contestações.

Os resumos dos relatórios antropológicos das Terras Indígenas Munduruku-Taquara e Bragança-Marituba foram publicados em 2010 e apresentam propostas de delimitação que se sobrepõem a partes da área da Floresta Nacional do Tapajós. Além da Ufopa, contestaram os relatórios o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Sindicato de Trabalhadores Rurais de Belterra entre outros. 
Em vermelho, as TIs Bragança-Marituba (acima) e Munduruku-Taquara (abaixo)
Comentários
0 Comentários

0 comentários: