Depois de festejar a publicação de um novo normativo do Incra para certificação de imóveis rurais que afrouxa a necessidade de análise técnica de peças de georreferenciamento, a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) comemora uma série de medidas e promessas feitas pelo Incra, órgão que regimentalmente é responsável pela reforma agrária, e fiscalização da função social da propriedade e ordenamento da estrutura fundiária.
Segundo a entidade
ruralista por meio de sua assessoria de imprena, o Incra “vai
trabalhar com uma nova mentalidade, titulando os assentados da reforma agrária,
ratificando os títulos das propriedades localizadas nas faixas de fronteiras e
regularizando os imóveis localizados às margens das rodovias federais, além de
simplificar os procedimentos de certificação do georreferenciamento dos
imóveis. Este pacote de soluções para o setor foi negociado pela presidente da
Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu,
com o ministro do Desenvolvimento Agrário (MDA), Pepe Vargas, e o presidente do
Incra, Carlos Guedes, durante reunião histórica, na sede da entidade.”
Apesar de todas essas medidas já estarem previstas
na alçada de atribuições do Incra, medidas administrativas estariam sendo
preparadas para acelerar a titulação e emancipação de assentamentos, colocando
estas terras públicas no mercado de terras. Segundo matéria no sítio da entidade, a presidente da CNA solicitou ao MDA e ao Incra a “libertação” dos assentados
da reforma agrária, com a titulação dos lotes aos proprietários rurais e a
consequente emancipação dos assentamentos. A titulação de lotes e emancipação
dos assentamentos faz com que as terras possam ser negociadas sem impedimentos
legais.
A nova postura do Incra em acelerar os
procedimentos foi além do que a CNA esperava. “Para surpresa da CNA, o Incra
mostrou disposição de estabelecer maior celeridade ao processo de titulação dos
lotes dos assentados, aguardando apenas a solução judicial das áreas em
litígio.”
Entre outras medidas anunciadas estão uma parceria
Incra/CNA para estabelecer uma nova proposta legal para “ratificar de ofício”
títulos expedidos ilegalmente por Estados em áreas de faixa de fronteira, áreas
de segurança nacional, onde a alienação de imóveis deveria ser feita pela
União.
No mesmo sentido, estaria a legalização de títulos
expedidos por Estados em terras devolutas na Amazônia Legal em áreas que foram
federalizadas por força do Decreto-Lei n° 1.164/71 (cem quilômetros de cada
lado de rodovias).
A CNA comemorou ainda a suspensão de vistorias de
imóveis para verificação do cumprimento ou não da função social (Artigo 184 da
Constituição) no semiárido nordestino até “a normalização das condições
climáticas”, a promessa de “aceleração” da titulação de terras públicas da
União na Amazônia por meio do programa Terra Legal, especialmente das áreas acima
de quatro módulos rurais e ainda a possibilidade de usar o banco de dados da
Plataforma de Gestão Agropecuária (PGA), desenvolvida pela CNA e MAPA
(Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), para automatizar o
processo de preenchimento da CCIR (Certificado de Cadastro de Imóvel Rural).