quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Ameaça no Tapajós: Estudo ambiental da UHE São Luiz foi entregue ao Ibama

Por Telma Monteiro*

Espero que esse governo sucumba e permaneça no umbral para purgar seus pecados. Ele não vai dar trégua à Amazônia. Ontem, [04 de agosto] o Ibama recebeu da Eletrobrás o EIA/RIMA - Estudo de Impacto Ambiental e o respectivo Relatório de Impacto Ambiental - da UHE São Luiz do Tapajós. Em paralelo, o Ministério do Meio Ambiente vai rever o processo de licenciamento ambiental  de obras de infraestrutura. Motivo: facilitar e reduzir as manifestações e exigências de instituições como Funai, Iphan. O MMA pretende editar uma portaria que transformará, por exemplo, o licenciamento ambiental das usinas previstas no Tapajós em uma praxe menos, digamos assim, exigente. E a UHE São Luiz do Tapajós terá uma licença "express" para que seja leiloada ainda neste ano de 2014. Afinal em que tempos estamos vivendo no Brasil? 



Notícia: UHE São Luiz dos Tapajós poderá ter 8.040 MW, segundo Rima

Usina terá 4.012 MW médios de energia firme. Está prevista a remoção de 1,1 mil pessoas"

Por Alexandre Canazio, da Agência Canal Energia, Planejamento e Expansão

A hidrelétrica São Luiz dos Tapajós poderá ter potência de 8.040 MW de potência total, tendo uma energia firme de 4.012 MW médios. A usina será dividida em duas casas de forças, a principal com 36 turbinas de 215 MW - somando 7.740 MW - e a complementar com duas turinas de 150 MW. A casa de força complementar poderá aproveitar a vazão mínima de 1.068 metros cúbicos por segundo a ser mantida no trecho de vazão remanescente.

Segundo o Relatório de Impacto Ambiental (Rima), a usina será de operação a fio d'água, na cota 50 metros. O reservatório ocupará uma área de 729 quilômetros quadrados, dos quais 353 km² correspondem à área do próprio rio. Assim, a área efetivamente inundada será de 376 km². A barragem terá 7.608 metros de extensão total e topo com 10 metros e largura na cota 53 metros. O vertedouro terá 18 comportas de 18,5 metros de largura e 20 metros de altura, tendo um comprimento total de 434 metros.

O eixo da barragem da usina se localizará abaixo do Canal das Cruzes e a dois quilômetros da Ilha Pimental. De acordo com o Rima, a alternativa reúne as principais vantagens ambientais em relação as outras estudadas e um custo de geração de energia 11,5% menor. Segundo o documento, o deslocamento da população da Vila Pimental poderia ser feito em prazo de 24 meses após a obtenção da licença de instalação, "permitindo que a população possa ser deslocada de forma adequada, com menores impactos socioeconômicos". A usina, fica entre os municípios de Itaituba e Trairão, no oeste do Pará.

A expectativa é de remoção de 1,1 mil pessoas, não só em Vila Pimental, mas em outras comunidades vizinhas. A previsão é a configuração tenha menor impacto sobre as características naturais dos ambientes de corredeiras. Estão na área influência direta da usina o Parque Nacional da Amazônia e as Florestas Nacionais Itaituba I e II.

Serão empregados cerca de 13 mil pessoas no momento de maior intensidade de atividades. O projeto não prevê a construção de vila residencial, prevendo-se trabalho em turnos e o pessoal alojado em acampamento principal, localizado na margem direito do rio Tapajós, junto a obra. Estão previstos 66 meses de obras até o início do enchimento do reservatório. 


Para acessar o Rima, clique aqui.

*Leia ainda no Blog da Telma Monteiro: Presidência da República convida os Munduruku para reunião 
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