segunda-feira, 8 de março de 2010

Governo abandona negociações e servidores preparam greve

Em resposta à suspensão das mesas de negociação de reestruturação das carreiras pelo governo Lula e seu Ministério do Planejamento (MPOG) – vê em SRH desmarca reuniões. Plenária vota calendário de mobilização - e à letargia do governo em responder às propostas já apresentadas, diversas categorias do serviço público se articulam para mobilizações e paralisações.

Nos dias 26 e 27 de fevereiro, representações de base participaram de plenárias para debater a situação. Realizou-se uma Plenária Setorial da Condsef com os servidores do Incra e uma Plenária Nacional da Condsef com o conjunto de categorias. A colega Marina Koçouski, da Assincra-SP, esteve nas plenárias e produziu um relato:

“O diretor da Condsef Sergio Ronaldo esteve presente no final da manhã e no final da tarde, pois estava intercalando com a reunião do CDE. Disse que a mesa de negociação do governo com o Incra, do dia 2 de março, tinha sido desmarcada, assim como as do Dnit, SPU, ministérios da Cultura, Agricultura, PCCTM, PECFAZ, INPI e Inmetro. Entretanto, ficaram mantidas as mesas com Ibama, Inep, FNDE, AGU, PST e MTE. Disse que para 2010 o governo garantiu apenas o que já está previsto na Lei. Disse que existe alguma sinalização para 2011, mas nada que aponte para os GTs em andamento. Disse que na reestruturação de carreira do Incra, o governo sinaliza apenas para as gratificações de qualificação e titulação. Disse que o governo, por outro lado, sinalizou que só estará implementando aquilo que não representar incremento larial (...)”
Clique aqui para ler o relatório completo.

A suspensão das negociações neste momento compromete o já lento processo de negociação, que se arrasta a três anos. Com o ano eleitoral, qualquer reajuste salarial só será possível até junho, com implicações também para o orçamento do ano que vem.

Neste sentido, as plenárias sinalizaram com o seguinte calendário de mobilização:

10/03 – paralisação de 24 horas;
17/03 – Ato público em BSB;
18/03 – Plenária Nacional da Condsef;
19/03 – Reunião do CDE
23/03 – paralisação de 24 horas;
1º/04 – Ato da Mentira;
5/04 – Indicativo de Greve Geral das categorias


A Assinagro (Associação Nacional dos Engenheiros Agrônomos do Incra), em assembléias gerais realizadas nos últimos dias também sinalizou para o processo de mobilização, com paralisação de hoje (8 de março) até a quarta-feira.

Hoje, no primeiro dia de mobilização, os servidores integrantes da carreira “Perito Federal Agrário” paralisaram as atividades em 23 das 30 superintendências regionais, além da sede do órgão em Brasília.

Em Brasília, ocorreu uma mobilização com a participação de agrônomos da Sede, SR-28, Terra Legal e SR-04/ Goiás, com uma manifestação durante a comemoração ao dia da mulher no auditório do Incra utilizando faixas e cartazes. No evento estavam presentes, o presidente do Incra e alguns diretores. Como resultado da manifestação, ficou agendada uma reunião com o Rolf Hackbart, presidente do Incra.

Além da suspensão das negociações, o MPOG insinuou que não sentaria para negociar com associações, caso da Assinagro, discutindo apenas com sindicatos e confederações.
A reestruturação das carreiras é item constante dos acordos fechados na greve de 2007.

*Com informações da Assincra-SP, Condsef e Assinagro.

Veja algumas fotos do primeiro dia de paralisação dos Engenheiros Agrônomos hoje em Santarém:

A mobilização durante a manhã incluiu a realizaçaõ de uma Assembléia Geral

À tarde houve concentração na Sala da Cidadania...


... e palestra sobre uso de agrotóxicos.


Paralisação contou com muitas adesões e "bloqueio" de computadores.


Setores estratégicos ficaram esvaziados.

Entrada da SR30
Comentários
18 Comentários

18 comentários:

Anônimo disse...

Este é o Incra 40 anos. Como disse um colega, 20 anos da ditadura e 20 anos na merda pura!

Anônimo disse...

E os batateiros querem ganhar mais ????????


SOCUERRO ????

Eu acho q eles deveria reivindicar que todos os "outros" fi=uncionários deveriam virar seus motoristas e secretárias ! Aí eles iam se sentir melhor...

Cândido Cunha disse...

Se os “batateiros” estão organizados, sorte deles. Se a base da Cnasi está desorganizada, que se organize pois a história não espera por quem não vem. As secretárias e motoristas são tão importantes quanto qualquer um e devem ser também valorizados e não desrespeitados, pois independentemente de organização, são colegas valorosos e não merecem o rebaixamento preconceituoso que você promoveu.

NÃO SOU SEU PARENTE disse...

O maior problema é o comodismo da maioria dos servidores que, embora reclamem o tempo todo não têm coragem de mudar sua realidade. A verdade é que diversos setores do serviço público vêm tentando se reorganizar para enfrentar os ataques e o desrespeito do governo LULA. O que se espera nesse processo é que as entidades que se pautam pela independencia em relação ao governo sirvam de norte na luta por melhores condições de trabalho e de remuneração contagiando, assim, outros setores e servidores que estejam menos organizados ou que tenham direções governistas em seus sindicatos e organizações. No Incra temos duas entidades representativas dos servidores a ASSINAGRO, associação dos Engenheiros Agônomos, e a CNASI, Confederação Nacional das ASSINCRAS e ASSERAS. A ASSINAGRO tem mantido postura de autonomia frente ao governo federal enquanto que a CNASI funciona praticamente como um apendice da direção do INCRA na defesa dos interesses do governo e do PT em detrimento dos interesses dos servidores, como ficou bem claro para todos na última greve. Assim o que se poderia esperar com o avanço da luta dos servidores vinculados à ASSINAGRO é que o conjunto dos servidores do INCRA, no mínimo, questionasse à sua representação nacional por que o processo de negociação não avança, por que uma categoria tem marcado posição de modo isolado, por que os servidores da base da CNASI estão alheios aos processos de negociação em Brasília... Com isso tb é de se esperar que os servidores consigam enxergar além do que o governo atrvés da CNASI quer que vejam e assim tenham coragem de se organizarem a partir de seus locais de trabalho.
O que não se pode aceitar é servidores venham a atacar outros servidores somente porque estão mais organizados. O problema dos servidores do iNCRA não é a ASSINAGRO, o problema dos servidores do INCRA é a covardia daqueles que se escondem atrás da governice da CNASI e do comodismo de esperar que outros façam.

Arnaldo José disse...

O problema não é o rebaixamento de profissões, mas sim o modo como seus colegas, peritos e outros tb, tratam as secretárias e os motoristas.
Outra coisa... creio que foi a assinagro (independente e de luta) que usou o terra legal como moeda de troca em suas negociações... ou não foi ?!?!?!?!?! Escutei isto claramente de um diretor !
A CNASI pode ser governista a, revelia de alguns diretores, o quanto quiser, mas trocar migalhas pelo maior assalto ao patrimônio da nação é o que ?????
Tenho vários colegas agronomos, inclusive alguns poucos amigos, porém o trato com a maioria é sempre difícil, e vc sabe muito bem, Sr Stálin, a diferença entre extensão e comunicação ! ! ! ! !

Arnaldo José disse...

na verdade o triste não é a migalha, mas sim a disponibilidade em fazer o negócio...

Anônimo disse...

MAS ESSE DIRETOR TERIA SIDO O RAIMUNDO LIMA? EU SÓ CONFIO NELE!!!AH!! CONFIO TAMBÉM NAS INFORMAÇÕES DA PRESIDÊNCIA DO INCRA...TODAS DIGNAS DE PUBLICAÇÃO EM REVISTAS DO "CALIBRE" DA NATURE...

QUANTO A "PONTINHA" DE INVEJA QUE OS DEMAIS COLEGAS NÃO "PERITOS" TÊM DOS DITOS "PERITOS" (OU ENGENHEIROS AGRÔNOMOS/AGRÔNOMOS) TENHO UMA DICA: VOCÊS SÃO JOVENS, PEÇAM REINGRESSO NO CURSO DE AGRONOMIA DE UMA UNIVERSIDADE FEDERAL (TIPO LAVRAS OU VIÇOSA) CONCLUAM O CURSO (CUIDADO COM AS BIOQUIMICAS, FISIOLOGIAS ETC)ESTUDEM BASTANTE QUE, COM MUITA SORTE, VOCÊS CONSEGUIRÃO SER APROVADOS NO CONCURSO DO INCRA DE 2016...SEI QUE O DESGASTE TANTO FÍSICO COMO MENTAL É GRANDE, UMA VEZ QUE VCS CONTINUARAM PRESTANDO SERVIÇOS AO INCRA DURANTE O CURSO, MAS NO FINAL O PRAZER DE SER "ENGENHEIRO AGRÔNOMO/PERITO" DO INCRA SUPERA QUALQUER COISA...PRINCIPALMENTE O PRAZER DE VER OS JAMANXINS (SERVIDORES QUE NÃO SÃO AGRÔNOMOS)SE RECLAMANDO PELOS CANTOS... RECLAMANDO DOS "BATATEIROS" QUE "TRATAM MAL AS SECRETÁRIAS E MOTORISTAS"...MAS QUE LÁ NO FUNDO NÃO PASSA DE UMA "PONTINHA" DE INVEJA.

Anônimo disse...

E TOME SARNEY ! ! ! ! ! !

Arnaldo José disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Arnaldo José disse...

Não.. foi um diretor da ASSINAGRO !


e por falar em inveja...

Uns engajam-se no establishment, outros criticam-no. Uns fazem ciência instrumento de ascensão social e envolvimento político, outros procuram colocar o conhecimento científico a serviço da transformação e justiça social. (Ariovado Umbelino de Oliveira - Geógrafo).

e precisa ser gronomo pra questionar um laudo desses???

Cândido Cunha disse...

Arnaldo,
Como você certamente leu em “Extensão ou Comunicação?” de Paulo Freire deve saber que o tema do livro é a educação como construção dialógica, cerce de todo o pensamento freireano. O capítulo “Reforma Agrária, transformação cultural e o papel do agrônomo educador” segue o propósito do livro, não sendo uma crítica ao agrônomo, mas uma crítica à formação que aliena a técnica do meio social em que esta se insere.

A obra foi escrita à luz da Reforma Agrária chilena, no governo de Salvador Allende, e refere-se à centralidade dos profissionais naquele momento, não na transmissão de conhecimentos, mas na construção de novos saberes a partir dos já existentes entre os campesinos e os agrônomos. Daí o agrônomo como exemplo, por desempenhar um papel importante naquele contexto, o de extensionistas.

Portanto, não é uma crítica a uma profissão em si, mas como se dar a formação, a que serve essa formação e como um saber não é superior a outro.

Paulo Freire em nenhum momento rebaixou ou alanvacou o agrônomo. Propôs o agrônomo-educador e sempre disse que a sua análise estava limitada pelo fato dele ser um educador e não um agrônomo-educador, desconhecendo assim saberes que são dos agrônomos. Em seu campo de saber, Paulo Freire elaborou algo próximo com os professores na obra “Professora sim, tia não”. E poderia ter feito também em relação aos geógrafos, jornalistas, engenheiros, médicos, advogados, químicos, etc. pois ninguém nasce com essas profissões (nem nascem marxistas ou sindicalistas como explicou muito bem a Marina pelo correio eletrônico), e a formação que se tem, para o modelo de sociedade que temos, não é para a construção diaógica do saber, mas para a manutenção da ordem do capital, infelizmente. Esta formação que se tem na família, religiões, escola, etc. apregoa a neutralidade da técnica e a superioridade do saber sistematizado cientificamente.

Por isso, é hegemônico o “agrônomo-extensionita” em detrimento ao “agrônomo-educador”. Mas, essa maioria não é revertida apenas com a ignorância desta maioria.

O diálogo só é feito quanto reconhecemos que existe o outro. Não se dialoga com os iguais. Mas, além disto, é preciso dizer ainda que só existe diálogo quando se reconhece, em ambos ou mais, que se pode aprender (ou apreender, como dizia Paulo Freire) e que existe uma mediação.

A luta sindical é também um espaço de diálogo que nasce sempre como luta econômica. As greves para se tornar luta política se iniciam como luta econômica: salário, condições de trabalho, redução de jornada, direitos previdenciários, saúde, etc. Recomendo a leitura de Lênin chamada “Sobre as greves”. Mas nem toda greve avança para a luta política pois existem condições subjetivas (a realidade social e econômica) e objetivas (a direção política e o nível de organização).

Não critico a diretoria da Assinagro por ter ido entregar um documento ao Sarney. Criticaria se tivesse ido num contexto de desmobilização, substituindo uma coisa pela outra. Desconheço troca de favores pelo Terra Legal. O que houve em julho quando Rolf chamou as associações foi o pedido de que parassem de “falar mal do Terra Legal”, que plenamente atenderei quando o programa deixar de ser o que ele é. Mas desconheço deliberação sobre isso e se há, é algo muito grave mesmo.

Abraço e espero que mobilize os servidores de Minas ou melhor, que os servidores de Minas se mobilizem em diálogo com você.

Cândido Cunha disse...

Ah. Tinha esquecido.
Stálin é meu...

Anônimo disse...

E por falar em inveja...

quando o assunto adentra a questão sindical ou a luta por melhores condições de trabalho (ou melhor remuneração pelo trabalho) o companheiro "LOURO JOSÉ" parece estar no mesmo patamar de discursão que a CARRANCA e o PADIM CIÇO (que também aderiram a paralisação em Santarém e que aparecem numa fotografia logo acima)...isso para não comparar a sua "atuação como crítico sindical" à da HELLO KITTY que aparece, na mesma foto, entre os dois...

Anônimo disse...

CARO "LOURO JOSÉ"...

NÃO ALIMENTE ESSA INVEJA QUE VC CARREGA NAS "ENTRANHAS" DOS AGRÔNOMOS (OU PELO MENOS DO SALÁRIO/MIGALHAS OU DO NOME QUE ELES CARREGAM DENTRO DO INCRA - PERITO)...FAÇA COMO O SAMUCA FEZ...SEJA APROVADO NO CONCURSO DA RECEITA FEDERAL E PASSE A GANHAR TRÊS VEZES MAIS DO QUE ELES (OS AGRÔNOMOS) GANHAM...COM ESSE SALÁRIO, VC VAI VER COMO SÃO INSIGNIFICANTES OS "PERITOS DO INCRA".

AH! NÃO PRECISA VC FICAR "CITANDO" AS "PARÁBOLAS DE SÃO ARIOVALDO" EM VÃO, A TODO INSTANTE E EM TODOS OS LUGARES... ISSO SÓ VAI TE DAR O APELIDO DE "LOURO JOSÉ" (LOU = PAPAGAIO = CARA QUE SÓ REPETE O QUE OS OUTROS FAZEM)...NÃO PRECISA "PUXAR O SACO" PARA "SE ALCANÇAR UM OBJETIVO"...

Cândido Cunha disse...

O homi da caixa alta e dos comentários a alta madrugada ataca novamente. Só espero que ele não esteja alto e comece a inventar histórias sobre a minha rigorosa dieta em tempos de gastrite...

P.S:O Arnaldo não precisa citar ninguém para puxar o saco. Ele puxa pessoalmente, rsrs

Incógnita disse...

Queria saber se o Samuca na qualidade de auditor fiscal, fará parte do Sindifisco (entidade que representa só os auditores) ou ficará na base da Condsef, junto com os “pobres” do serviço público federal falando dos pobres da Assinagro...

Arnaldo José disse...

POderia a caixa alta ser uma mulher quase alta?

Muito bem Sr. Stálin... leu e "apreendeu direitinho". Como vc concordo com a maioria destes parágrafos, só, companheiro, tudo tem seu limite... TUDO !

Sobre minha atuação aqui, enquato sindicalista... venha participar de nossa AG amanha as 15 horas... será em vindo... tem mais umas 15 este mes em minas e poderá conhecer se há ou não diálogo na praxis desse seu amigo... e até no DF se quiser...

Mas voltando... como eu queria que tivePaulo Freire, q naum e o de santarem, tivesse escrito um "território sim, autocad não!" ... ia ser massa.

... mas então, é isso, só se dialoga qd se vê o próximo, e ver um diferente, pra muitos, é difícil!

Independente de citações, essa eu adoro... haha, é MASSA ! Fiquem tranquilos, repetirei umas 365 vezes ainda este ano.

SObre reivindicações salariais tenho a dizer que os incravados deveriam ter seu salário reduzido ! O que vcs acham? Eles ganham é muito!!! a maioria iria correr atrás de diárias ou fazer biquinho? Poderia fazer uma enquete Sr Stálin, o q achas?

Mais uma: foda-se o saláro, enquanto ganhamos 4mil, 300 famílias, so nonorte de minas, estão morando em barracos, com seus créditos MatC parados no banco pq não tinha um puto pra averbar uma merda de reserva legal ! OU melhor, quem deveria fazer isto estava jogando paciencia.

SObre as greves, caro amigo do Pajeú, já já vc vai se tornar meu mentor intelectual... ultrapassando nosso amigo do Pará ! rsrs, mas enquanto a greve política no INCRA, eu prefiro acreditar que o Terra Legal é bom e trará justiça social. Vc e o Nei estão bem parecidos... sendo repetitivos e achando q aqui o espontanieismo reina ! ! muito pelo contrário.

E pra eu poder ir estudar... louro aqui, ou melhor, negrão aqui, fica em cima do livro .. haha

vou citar mais uma parábola; se é o que gostam: "Nós, caso o governo não nos ouça, iremos tirar todos os nossos "plantadores de batata" do Terra LEgal.(diretor batatinha, 11/2009).
E aí, gostaram????? amanha tem maixxxxxxxxxxxxxxxxxxxx !!!

Anônimo disse...

Resumindo, para os analistas, Engenheiros civis, florestal e etc. os agronômos são: traidores, judas.