Quem te viu, quem te vê....

No auge da crise política do mensalão a deputada federal pelo PSOL do Rio Grande do Sul, Luciana Genro, declarou corretamente que o “financiamento de campanha é a corrupção-mãe” (Zero Hora, 26/7/2005). Aliás, desde o seu nascedouro o PSOL pautou o combate à corrupção como uma bandeira do partido, muitas vezes até colocando em segundo plano outras bandeiras como a reorganização da classe trabalhadora.

Mas parece que hoje os rumos do partido seguem o caminho já percorrido pelo PT.

No final de março, a Conferência do partido no Rio Grande do Sul definiu a tática eleitoral para este ano, o nome do candidato, a política de alianças e como se dará o financiamento de campanha.

Essa última decisão foi a mais importante da conferência e polarizou internamente os debates. O “MES” (Movimento Esquerda Socialista”) tendência da deputada Luciana Genro e outros grupos que compõem a maioria no partido votaram pela aceitação de doações de campanha de empresas, industriais e outros grupos patronais.

Não é a primeira vez que isso ocorre. Em 2008, na campanha para a prefeitura de Porto Alegre, o diretório municipal recebeu 100 mil reais da Gerdau e outros 60 mil de grupos privados. Mas a decisão deste ano, além de se referir para as campanhas em todo o estado, foi aprovada em Conferência, o que demonstra que o antes era visto como constrangimento agora é assumido publicamente.

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