sábado, 20 de setembro de 2014

Dirceu Travesso, presente!

Faleceu na última terça-feira, 16 de setembro, o militante socialista Dirceu Travesso, o Didi, vítima de um câncer. Abaixo, uma pequena biografia publicada no sítio do PSTU, partido que ajudou a fundar e do qual era dirigente.


Didi nasceu em 24 de fevereiro de 1959, na cidade de Flórida Paulista (SP). No final da década de 70 começou sua militância política na Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR) na luta contra a ditadura militar e em apoio à luta dos trabalhadores, que começavam a protagonizar greves massivas e generalizadas.

Logo começou a trabalhar. Primeiro na Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) de Volta Redonda, posteriormente foi para São Paulo onde começou a trabalhar como bancário no Itaú, enquanto dava seguimento aos seus estudos. Um pouco mais tarde entrou através de concurso público no banco Nossa Caixa.  Em pouco tempo tornou-se uma das lideranças nas greves dos bancários, sendo diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo por três gestões. Membro da organização Convergência Socialista, ajudou a fundar o PT. Participou da fundação da CUT (Central Úaica dos Trabalhadores) e fez parte de sua Executiva Nacional durante alguns anos.
Em 1994 rompeu com o PT, quando do Fora Collor e da expulsão da Convergência Socialista, e participou ativamente da fundação e construção do PSTU, fazendo parte de sua Direção Nacional.
Em 2004, quando a CUT apoiou a Reforma da Previdência realizada sob o governo Lula, Dirceu, junto com inúmeros sindicalistas, rompe com esta central e organiza a Conlutas.
Revolucionário convicto
Como membro da CSP-Conlutas e do PSTU, Didi foi um lutador incansável. É raro encontrar um ativista ou militante de São Paulo que não conheça Dirceu Travesso. Conhecido em todo o Brasil, sua atuação ainda atravessava as fronteiras. Internacionalista, atuante em favor da causa Palestina, pela retirada das tropas brasileiras do Haiti, em apoio às revoluções do Oriente Médio e Norte da África, Didi buscava a unidade da classe trabalhadora em todo o mundo. Por isto, foi um dos impulsionadores principais da Rede Solidariedade Internacional.
Revolucionário convicto, Didi reivindicava-se marxista, leninista e trotsquista e confiava na luta da classe operária e de toda classe trabalhadora. Por isso, nestes anos em que muitos abandonaram a luta pelo socialismo e fizeram todo tipo de alianças espúrias com a classe dominante, Didi manteve-se sempre firme e do mesmo lado, o lado da classe trabalhadora contra a burguesia, o lado da independência de classe, o lado do internacionalismo proletário, o lado da revolução socialista.
Com esta convicção construía o PSTU, a Liga Internacional dos Trabalhadores, a CSP-Conlutas e a Rede Solidariedade Internacional.
Didi enfrentava um câncer há cinco anos. Resistiu bravamente contra a doença durante esses anos todos sem deixar, um só momento, de fazer a sua parte na luta contra o capitalismo, contra toda a injustiça e a desigualdade que caracteriza esta sociedade em que vivemos. Agora, exauriram-se suas forças. Vai caber a nós dar conta de levar adiante esta luta à qual dedicou toda a sua vida.


Os candidatos à Presidência José Maria Almeida (PSTU) e Luciana Genro (Psol) lançaram notas de solidariedade e lamentaram a perda do militante. Também foram registradas notas de intelectuais como  Valério Arcary  e  Plínio de Arruda Sampaio Júnior e de entidades como o Andes-SN, a  CSP-Conlutas  e o MST.
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