segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Seca faz nascentes na Serra da Canastra perderem um quilômetro de extensão


Para propor medidas emergenciais, especialmente quanto ao abastecimento humano, a Câmara Consultiva Regional do Alto São Francisco vai se reunir amanhã, em Belo Horizonte
O Rio São Francisco já perdeu um quilômetro de extensão nas suas nascentes, na Serra da Canastra, Região Centro-Oeste de Minas, por causa da seca que castiga a região. A constatação é de um grupo de autoridades, representantes de instituições de ensino e ambientalistas que, na tarde de sábado, visitou o trecho afetado pela longa estiagem e destruído por incêndios florestais. “A situação é bem pior do que imaginávamos. Se não chover logo, o problema vai se agravar, pois verificamos, em muitos municípios, um quadro crítico, com lagoas, córregos e rios secando”, disse, ontem, o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica dos Afluentes do Alto São Francisco, formado por 29 cidades, e secretário de Meio Ambiente de Lagoa da Prata, Lessandro Gabriel da Costa.
Para propor medidas emergenciais, especialmente quanto ao abastecimento humano, a Câmara Consultiva Regional do Alto São Francisco, integrante do comitê federal do São Francisco, vai se reunir amanhã, em Belo Horizonte. “No Centro-Oeste, registramos falta de água em Arcos, Pará de Minas, Santo Antônio do Monte e Bom Despacho. No Norte, a questão envolve também prejuízos para o setor de turismo em Pirapora. Se não tivermos chuva, medidas eficazes e conscientização das comunidades, vamos ter racionamento e enfrentar uma séria escassez”, prevê o secretário.

O trecho seco vai até a estátua de São Francisco, marco que se tornou símbolo do berço mineiro do chamado “Rio da Unidade Nacional”. Impressionado com o cenário de desolação, conforme foi mostrado em reportagem do Estado de Minas, Lessandro disse que a população precisa estar preparada, evitando o desperdício do recurso natural e evitando de vez as queimadas, prática que se alastra, acaba com a biodiversidade e extermina as matas protetoras. Nesse rastro onde o cinza se sobrepõe ao verde, os animais agonizam ou morrem esturricados
“Não há mais árvores em volta das nascentes. Queimou tudo, mas não adianta também fazer o replantio agora, no seco”, afirma o secretário, certo de que é fundamental estar em alerta. “Ninguém nunca se preparou para a falta de água. Pode ser que chova muito em breve, mas esse momento nos dá uma lição: a água é recurso finito. É preciso aprender isso”, afirmou. “Minas está na frente, no país, em áreas destruídas pelo fogo; o reservatório de Três Marias se encontra muito baixo, com risco para geração de energia. Enfim, temos que ter um plano A.”.
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