sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Militar é morto em tentativa de desocupação da Flona Bom Futuro em Rondônia


Um militar que atuava em uma operação de desocupação na Floresta Nacional (Flona) do Bom Futuro, localizada próximo a Rio Pardo, distrito de Porto Velho, teria sido morto na tarde desta quinta-feira (14 de novembro) durante um confronto com manifestantes que resistiram à ação.

O conflito teria se iniciado na quarta-feira (13), quando integrantes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Polícia Federal, Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) e militares da Força Nacional e da Polícia Militar de Rondônia teriam chegado ao local.

Segundo informações da imprensa local, vários manifestantes que participavam do protesto foram presos e quando o comboio de viaturas, composta por Policiais Militares e Policiais Federais estavam conduzido os detidos até a cidade de Buritis, se depararam com uma ponte incendiada.

Pontes de madeira foram serradas e uma viatura da Força Nacional caiu em um córrego. Carros também foram incendiados. Um prédio em construção, que seria a nova sede da Polícia Militar, foi queimado, e viaturas danificadas. Iniciou-se um tiroteio e um dos moradores acabou baleado na perna e o militar teria sido morto.

Segundo o G1, em nota, o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Carlos Alberto David dos Santos confirmou o falecimento do aluno a Cabo PM Luis Pedro de Souza Gomes. O policial tinha 33 anos de idade e mais de 9 anos de serviço. O policial militar estava à disposição da Força Nacional há dois meses.

A Floresta Nacional do Bom Futuro foi criada pelo governo federal em 1988 e possuía 280 mil hectares. Em 2010, por meio de uma emenda à uma Medida Provisória que tratava sobre tributação, a área da Flona foi reduzida para 97 mil hectares, sendo o restante da área considerada “Área de Proteção Ambiental”, modalidade de unidade de conservação que permite além da ocupação humana, a manutenção das propriedades, posses e o uso mais intensivo de recursos naturais se comparada a outras modalidades mais restritivas.


A área reduzida deveria passar por um processo de "regularização fundiária" e em troca, o governo estadual de Rondônia deveria criar unidades de conservação em outros locais. A Procuradoria Geral da República chegou a entrar com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade contra a medida que ainda aguarda julgamento no Supremo Tribunal Federal.

Segundo informes da imprensa de Rondônia, a ação dos órgãos ambientais e de repressão que resultou na morte do militar visava retirar 13 famílias que ainda continuavam dentro da Flona.

Leia a notícia sobre a redução da Flona Bom Futuro aqui no blog: 
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