segunda-feira, 6 de junho de 2011
Colinas de Golã: exército israelense mata dezenas de manifestantes pró-Palestina
Uma manifestação de repúdio à tomada dos territórios das Colinas de Golã por Israel terminou num massacre promovido pelo exército israelense neste domingo, 05 de maio.
Pelo menos 23 manifestantes foram mortos e mais 300 feridos numa marcha que se dirigiu para um posto de controle entre a Síria e área controlada militarmente por Israel.
Imagens de TV mostraram tropas israelenses disparando contra manifestantes.
A região de Golã fica ao sul da Síria e é formada por um conjunto de montanhas onde nasce o rio Jordão. Há quem associe a região com o local onde Jesus teria feito o “Sermão da Montanha”, dada coincidência topográfica do local com a descrição que é feita na Bíblia.
Israel tomou as Colinas de Golã da Síria durante a Guerra dos Seis Dias em 1967, bem como os territórios palestinos - Cisjordânia, Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental - e a península do Sinai do Egito. Em 1981, as montanhas foram anexadas por Israel por meio da Lei das Colinas de Golã, que impôs a administração israelense ao território ocupado. A lei foi considerada nula pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, através da sua resolução 497, que reafirmou ser inadmissível a aquisição de território pela força. Apesar disto, nunca houve por parte do imperialimo apoiador do estado sionista qualquer medida concreta para devolver o território à Síria.
Estima-se que pelo menos 150.000 sírios tenham sido expulsos da região desde a a anexação enquanto milhares de colonos judeus se instalaram por lá.
Há inclusive um filme muito tocante sobre o drama dos drusos que ainda moram na região chamado a “A noiva Síria”, que conta história de uma moça que mora em Golã e vai cruzar a fronteira para casar do outro lado, tento a incerteza se irá gostar o marido e a certeza de que nunca mais voltará para a sua terra natal.
Os protestos deste domingo reuniram árabes que estão a dezenas de anos refugiados na Síria e seus descentendetes, bem como drusos expulsos de Golã e ainda simpatizantes da causa palestina de outras partes do mundo.
Nakba, nova flotilha e abertura de Gaza
As revoluções no mundo árabe e um recente acordo entre os grupos Fatah e Hamas tem gerado uma onda de novas mobilizações em todos os territórios do que sobrou da Palestina e nos campos de refugiados nos países vizinhos.
Nas últimas semanas, têm se intensificado as lutas de palestinos nos territórios ocupados da Cisjordânia e na Faixa de Gaza, que se encontra sob cerco israelense desde 2008. Ao mesmo tempo, milhares de refugiados em países vizinhos promoveram na data da criação do estado de Israel marchas e tentativas de entrar nos territórios tomados para lembrar o Nakba ou “Dia da Catástrofe”, data que lembra também a expulsão de milhões de palestinos de seus territórios.
Uma nova flotilha humanitária formada por organizações apoiadoras da causa palestina deverá tentar novamente entrar na Faixa de Gaza nas próximas semanas. No ano passado, nove ativistas foram mortos pela marinha de Israel em águas internacionais.
Devido a uma grande pressão interna, a junta militar que governa o Egito reabriu parcialmente as fronteira com Gaza.
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