quinta-feira, 16 de junho de 2011

Marabá: Reunião entre agricultores e Presidente do Incra termina em impasse

O acampamento promovido pelo MST, Fetagri e Fetraf nos arredores da sede do Incra em Marabá, Pará, segue em curso mesmo depois que o Presidente do Incra, Celso Lisboa, esteve no local para negociar a pauta com os manifestantes em reunião durante boa parte desta segunda-feira.

O acampamento que conta com pelo menos 8.000 pessoas formou uma comissão de negociação com 312 lideranças eleitas que formam uma espécie de assembléia consultiva, sendo 12 delas coordenadores que são negociadores diretos.

O movimento apresentou a seguinte pauta ao Presidente do Incra no dia 08 de junho:
1. Terra
- Assentamento imediato de 08 mil famílias acampadas e em áreas ocupadas na abrangência da SR 27 em 2011;

2. Estradas
- Construção de 3.000 quilômetros ;
- Recuperação de 10.000 quilômetros ;

3. Energia elétrica
- Fazer chegar energia nas casas de 18 mil famílias;

4. Licenciamento Ambiental
- Viabilizar o licenciamento ambiental de 103 Assentamentos;

5. Assistência Técnica
- Garantir a universalização da Assistência Técnica aos 503 Assentamentos da região;

6. Respeito a VIDA
- Garantia de segurança aos ameaçados de morte;
- Prisão dos assassinos e mandantes dos crimes contra trabalhadores rurais da região;
- Fim da violência e da impunidade no campo;
- Fim da grilagem de terras.

A presença do Presidente do Incra foi uma exigência dos manifestantes. A grande mobilização é um sinal claro que há uma disposição de luta contra o completo abandono da pauta da Reforma Agrária.

Na reunião, o Presidente do Incra admitiu que não dispõe de recursos para atender à pauta de reivindicação dos acampados e assentados. As negociações foram suspensas e os manifestantes agora exigem a presença do ministro do Desenvolvimento Agrário. Informes dão conta o número de camponeses acampados no local já chegaria a 10 mil.

A área de desenvolvimento agrário teve redução orçamentária no ano de 2011 e ainda sofre um corte de quase 1 bilhão de reais no início do governo Dilma Rousseff.

Trancamento da Transamazônica em Marabá
O não avanço na negociação, o atropelamento de uma trabalhadora rural e o assassinado de mais um camponês na região fizeram com os manifestantes trancassem a rodovia Transamazônica que corta Marabá nesta quarta-feira e quinta-feira.

A rodovia federal é a principal via de deslocamento da cidade.

Agora a pouco, chegou a notícia que a o Ministro de Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, estaria disposto a receber uma comissão formada do MST, Fetagri e Fetraf em Brasília.
Comentários
1 Comentários

1 comentários:

Anônimo disse...

primo perdido no desembarque das caravelas, so quero dizer q leio sempre seu blog e agradeço pelas informações postadas.

Menino, embora eu não comente muito, parabéns pelo seu trabalho.

abraços