sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Ruralistas pressionam ministro contra novos índices de produtividade da terra

O festejado anúncio de que o governo finalmente vai fazer o seu dever de reajustar os índices de produtividade da terra está ouriçando os ruralistas que já cobram explicações do Ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes e fazem ruidosos discursos no Congresso e na mídia, em especial na Rede Bandeirantes.

A ira tem origem no fato da decisão do governo surgir a reboque de pressões do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), que ergueu acampamento com 3.000 pessoas em Brasília e promoveu ações em 24 estados nos últimos dias. A decisão política sobre o tema ocorreu na segunda-feira, numa reunião de Lula com alguns ministros, sem a presença de Stephanes, que foi informado pelo próprio petista somente depois de batido o martelo.

"Ele [Stephanes] não pode endossar essa portaria. Esperamos que o ministro resista", disse o deputado Ronaldo Caiado (GO), líder do DEM na Câmara e fundador da UDR (União Democrática Ruralista). "Somos 100% contra a assinatura dessa portaria", afirmou Cesário Ramalho, da SRB (Sociedade Rural Brasileira).

Outra argumentação do setor é que o momento não é adequado para o anúncio: diante de uma crise financeira e da pressão para o cumprimento da legislação ambiental, eles terão de produzir mais para não ter suas propriedades declaradas improdutivas, passo obrigatório para a desapropriação da fazenda antes da criação de um novo projeto de assentamento.

A lide ruralista no Senado, Kátia Abreu (DEM-TO) - que é presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) - afirmou que uma possível mudança dos índices de produtividade de propriedades, para critério de desapropriação para a reforma agrária, levará insegurança jurídica para mais de 500 mil famílias brasileiras.

Para Kátia Abreu, o MST não demanda terra, mas quer acabar com o sistema de produção capitalista e a democracia. Afirmou tratar-se de um movimento "que não sabe o que quer e não sabe para onde vai".

*Com informações da Folha de São Paulo e Agência Senado.
Comentários
0 Comentários

0 comentários: