O INPE declara que durante os meses de outubro e novembro do ano passado, 247,6 quilômetros quadrados foram desmatados na floresta amazônica. Foi o que constatou o Deter, sistema de alerta baseado em satélites. Os dados mostram uma queda de 72,5% na devastação da Amazônia se comparado ao mesmo período de 2008.
Para o Imazon, de agosto a novembro de 2009, o desmate totalizou 757 quilômetros quadrados. No mesmo período do ano anterior, o desflorestamento somou 586 quilômetros quadrados. Ou seja, em vez de redução, a ONG avalia que houve um aumento de 29%.
Apesar das diferenças quanto ao período, o valor é extremamente diferente, mesmo se levarmos em conta a maior abrangência no período analisado pelo Imazon e a declaração do INPE de que “não pôde monitorar 1,2 milhão de km² em outubro e 2,6 milhões km² e novembro por causa da cobertura de nuvens, o que sinaliza que o desmatamento pode ser maior do que o registrado.”
Peguemos então os meses de outubro e novembro de 2009 como parâmetros:
Peguemos então os meses de outubro e novembro de 2009 como parâmetros:
Para o INPE, em outubro foram desmatados 175 quilômetros quadrados de floresta enquanto para o Imazon, foram 194 quilômetros quadrados.
Em novembro, há certa aproximação nos dados levantados: o INPE aponta 72 quilômetros quadrados, o Imazon indica 75 quilômetros quadrados.
Os número do INPE são utilizados pelo governo federal como oficiais e são obtidos pelos satélites Terra/Aqua e pelo Sensor WFI do satélite CBERS com resolução espacial de 250m. Pouco se comenta, mas só é contabilizada como áreas desmatadas a região onde pelo menos 25 hectares (ou 250.000 metros quadrados) tenha sua vegetação suprimida continuamente.
Já o Imazon, com o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), utiliza imagens CBERS e Landsat, com resolução espacial mais fina, 20 e 30 metros, respectivamente. Obviamente o sistema também não é capaz de monitorar áreas cobertas com nuvens, mas obtém e contabiliza dados destes desmatamentos em áreas menores que 25 hectares.
Já o Imazon, com o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), utiliza imagens CBERS e Landsat, com resolução espacial mais fina, 20 e 30 metros, respectivamente. Obviamente o sistema também não é capaz de monitorar áreas cobertas com nuvens, mas obtém e contabiliza dados destes desmatamentos em áreas menores que 25 hectares.
Portanto, se os dados do Imazon estiverem corretos e as nuvens possibilitarem a obtenção de dados do INPE, haverá nos próximos dados oficiais um crescimento acentuado do desmatamento, devido a este acúmulo mascarado e às áreas desmatadas e não contabilizadas por nenhum dos dois sistemas de medição.
Conheça:
Relatório do DETER de outubro (INPE)
Transparência Florestal da Amazônia Legal (Outubro de 2009) (Imazon)